sexta-feira, 23 de março de 2018

CLAIRA FERREIRA, PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO CASA DE CULTURA DE JOÃO MONLEVADE

Claira Ferreira é graduada em Jornalismo pela FUNCEC e cursa licenciatura em Letras e Literaturas pela UNINTER. Hoje comanda a Fundação Casa de Cultura de João Monlevade. Durante um bom tempo foi responsável pela comunicação nas gestões dos ex-prefeitos Carlos Moreira e Teófilo Torres, mas, há 4 anos pode dedica-se exclusivamente à Cultura. Ela é casada e tem duas filhas.

MEDIOPIRA - Uma pergunta que eu sempre faço à quase todos: qual era o seu sonho de infância? Já sonhava em ser jornalista?
Sempre pensava na área de humanas, mas não no jornalismo. Já desejei direito, algumas licenciaturas, Publicidade e Propaganda. Por uma questão de oportunidade, quando a FUNCEC abriu o curso de Jornalismo decidi cursá-lo (sou da primeira turma) e, após, complementar os estudos para a formação em Publicidade e Propaganda. Acabei me apaixonando pelo Jornalismo.
MEDIOPIRA - Tinha alguma inclinação artística?
Tenho algumas habilidades... Gosto de trabalhos manuais, artesanato, já me arrisquei no violão (hoje não toco nada), mas tenho uma sensibilidade aguçada para a área.
MEDIOPIRA - Que tipo de músicas ouvia em sua infância?
Meus pais ouviam MPB, internacional romântico e sertanejo raiz. Confesso que não me atraía. Gostava mais do pop rock (Skank, Jota Quest), rock(Legião, Engenheiros, Paralamas, Titãs, RPM, Biquini Cavadão, Kid Abelha, Lulu Santos, Barão Vermelho, Capital Inicial, Bon Jovi). Mas nunca tive preconceitos: ia a shows sertanejos, pagode... Sempre bem eclética, né?!
MEDIOPIRA - Como é que foi o seu namoro com as letras, com o jornalismo?
Como disse, o Jornalismo veio para mim como uma questão de oportunidade, mas sempre gostei muito de escrever, por isso essa paixão foi aflorada durante a faculdade. Venho de uma família de 4 irmãos, sendo que cada um tem aptidão por uma área distinta. Um é de exatas, outro de ciências naturais, a caçula é médica e eu de humanas. Fiz normal (magistério) no segundo grau e, recentemente, me despertou o desejo de cursar uma licenciatura. Não por acaso, escolhi Letras e Literatura.
A belíssima Casa de Cultura cheia de arte e vida.
MEDIOPIRA - A Fundação Cultural mantém hoje diversas atividades, principalmente na transmissão de conhecimentos. Quais os principais cursos são oferecidos pela fundação hoje?
Atualmente, a Casa de Cultura oferece 8 oficinas – pintura em tela, pintura em tecido, artesanato, dança de salão, canto, violão, bateria e piano, atendendo mais de 700 alunos. As aulas ocorrem de fevereiro a novembro e culminam com uma grande Mostra de Talentos, onde parte destes alunos têm a oportunidade de apresentar para a comunidade um pouco de que aprenderam e/ou aperfeiçoaram durante o ano. Interessante ressaltar que a cada ano mais pessoas procuram pelas nossa oficinas. Às vezes, saem de escolas particulares e optam pela Fundação porque confiam e sabem da seriedade do nosso trabalho. Então temos alunos de todas as idades (a partir de 8, até quase 90 anos) e classes sociais, o que é uma grande ganho nas nossas atividades. Recebemos também pessoas com necessidades especiais (motoras, auditivas, visuais...), além de um grande número de pacientes acometidos por transtornos mentais (leves e moderados), que nos procuram voluntariamente ou encaminhados por clínicas e profissionais da cidade. Isso nos confere uma grande responsabilidade, mas também uma enorme satisfação. Quaisquer que sejam as motivações que levam as pessoas a nos procurar, é sempre uma alegria enorme acompanhar a evolução artística, cultural e pessoal dos nossos alunos. A Casa de Cultura é privilegiada por ter um corpo profissional comprometido e dedicado às nossas demandas. Isso nos possibilita atender a tanta gente, com qualidade.

MEDIOPIRA - Vocês conseguem identificar talentos promissores na nova geração que está estudando artes na fundação?
Apoio da Prefeita Simone
Muitos e em todas as faixas etárias. Como disse acima, vários são os motivos que fazem com que as pessoas procurem a Casa de Cultura. Algumas vêm, por exemplo, buscar socialização nos cursos de pintura e artesanato e acabam encontrando uma fonte de renda. A dança como forma de buscar mobilidade, equilíbrio, fortalecimento da musculatura e descobrem-se grandes dançarinos que participam de concursos na cidade. Nas oficinas de música, vêm buscando aprender um instrumento para tocar na igreja ou mesmo para lazer e se juntam a outros alunos daqui e formam bandas, aprendem a cantar, buscam aprender outros instrumentos... Como disse, somos coroados, minha equipe e eu, com grandes surpresas e ficamos lisonjeados com os talentos que daqui saem. E agradecemos à Administração Municipal, em nome da Prefeita Simone Carvalho, por confiar no trabalho que e nos apoiar em nossos projetos.
MEDIOPIRA - Quais os principais eventos promovidos pela Fundação atualmente?
Parceiros para bons shows..
Não vamos focar em eventos, mas em atividades, senão fica aquela eterna impressão de que a Fundação Casa de Cultura é uma promotora de shows e esse não é o nosso foco principal. Temos excelentes casas de shows e produtores de eventos em nossa cidade e na nossa região que cumprem este papel de entretenimento. Além das atividades da escola de artes, promovemos e apoiamos atividades culturais durante todo o ano, que sejam do próprio município (de outras secretarias) ou da comunidade em geral. Dos últimos anos até o presente momento, podemos citar participação, entre apoios e realizações, apresentações de danças e musicais, festivais gastronômicos, cavalgadas, carnaval do bloco Sapeca Iaiá, eventos esportivos, educacionais, sociais, ambientais, de saúde, desfile de 7 de setembro, dia da mulher, aniversário da cidade, bicentenário da chegada do Jean Monlevade ao Brasil, ruas de lazer, Mostra de Talentos, encontro de motociclistas, Festival de Inverno da UFOP, dentre outros). Também temos um trabalho pouco conhecido, mas muito importante, que é o desenvolvimento das políticas públicas voltadas para a preservação do patrimônio cultural de João Monlevade, que engloba atividades como a Jornada do Patrimônio, educação patrimonial nas comunidades e nas escolas, apoio às entidades culturais da cidade e proteção dos bens tombados, registrados e inventariados no município.
MEDIOPIRA - O que os artistas precisam fazer para serem contratados e participarem dos eventos promovidos pela fundação?
Precisam se apresentar a nós, dizer que existem, que estão no mercado e que têm interesse em se apresentar. Durante 4 anos, a Fundação Casa de Cultura integrou o Núcleo Cultural Vieira Servas, instituído pela UFMG e pela AMEPI, que contava com a participação de diversos municípios da região com o intuito de fortalecer a cultura regional. Durante este período, surgiu uma ideia de se catalogar os artistas das cidades que integravam o projeto, afim de se montar um banco de dados para promoção e divulgação destes artistas. Para a nossa surpresa, a adesão foi baixíssima, em todas as cidades. Em João Monlevade apenas 2 se dirigiram à Fundação para deixar material. Trabalhar para o serviço público é burocrático, às vezes trabalhoso e oneroso, pois requer a juntada de documentos, recolhimento de impostos e isso, por vezes, afasta alguns possíveis prestadores de serviços.
MEDIOPIRA - Como você analisa o cenário da música hoje? Seu gosto é mais popular ou refinado? Mais pra funk, sertanejo e pagode ou MPB, jazz e rock? Ou gosta de tudo um pouco?
Aprendendo com as filhas adolescentes.
Gosto de tudo um pouco. Tenho adolescente em casa e minhas filhas são loucas por música. Acabo ouvindo muito o que elas ouvem, as modinhas do momento. Elas se surpreendem quando me ouvem cantando alguma música que gostam, mas que, na verdade, são “da minha época”, com uma nova roupagem dada por algum cantor ou banda atual. Tento dar uma polida no que ouvem, porque temos algumas coisas inapropriadas, mas no geral temos a liberdade de ouvir de tudo em casa. Particularmente, gosto de MPB.
MEDIOPIRA - Monlevade tem muitas casas de shows, que contratam artistas locais e da região, mas todos só cantando músicas de artistas consagrados (covers). Não acha que faltam eventos para incentivar os artistas autorais?
Acho essa questão um pouco mais complexa. O brasileiro tem por hábito valorizar o que vem de fora. Pagam-se absurdos para assistir apresentações de artistas internacionais e reclamam do preço cobrado em bilheterias de shows nacionais. A nossa cultura é pouco valorizada internamente e essa realidade bate à porta das cidades de menor porte. Lembro-me de uma colega de uma cidade da região contar que a dupla Victor e Leo era aparentada de um padre daquela paróquia e, antes da fama, se apresentavam em todas as quermesses e promoções da igreja. O povo já não podia ouvir falar em Victor e Leo. Hoje, ficam apertando a Prefeitura para levar a dupla à cidade... Então, creio que essa será sempre uma situação complicada enquanto não se educar os hábitos do brasileiros em valorizar o que é da sua terra. Os artistas precisam levar público às suas apresentações, pois vivem disso, e acabam se submetendo ao mercado de covers.
MEDIOPIRA - Existem projetos legais pra sair que possa antecipar pra gente?
Muitos. Infelizmente freados pela crise econômica. Mas temos uma novidade para as próximas semana: o lançamento de um concurso que elegerá a música em comemoração ao bicentenário da chegada de Jean Monlevade ao Brasil.
MEDIOPIRA - Ultimamente bons conteúdos foram lançados sobre a história do fundador Jean Monlevade. Algumas solenidades aconteceram e um selo comemorativo foi lançado sobre 200 anos da chegada de Monlevade ao Brasil. Mas ainda assim achei que a repercussão foi pequena. Parece que a cidade não deu tanta bola assim. Também foi essa a sua impressão?
Em parceria com a Câmara Municipal e alguns ativistas e pesquisadores da comunidade, ocorreram alguns projetos e atividades alusivos à data. Os mais visíveis foram o lançamento do selo e o projeto de Educação Patrimonial que ocorreu em cerca de 10 escolas da cidade (aquelas que aderiam ao projeto). Para este ano, como encerramento, está previsto para o dia 14 de maio uma solenidade na Câmara Municipal e ainda o concurso citado na pergunta anterior. Sabemos que a ArcelorMittal também prepara para este ano um calendário de comemoração à data.
MEDIOPIRA - Existe alguma perspectiva da criação de um Lei Municipal de Incentivo à Cultura?
Sim, há conversas caminhando para esta possibilidade, mas ainda não temos previsão.
MEDIOPIRA - Qual seu grande sonho, seu grande projeto nessa sua gestão frente a Fundação Casa de Cultura de João Monlevade?
São muitos projetos que eu gostaria que saíssem do papel. A construção de um Centro Cultural como a cidade precisa e merece talvez seja o maior deles. Agora, falando de cultura como um todo, creio que afixação de orçamento mínimo em favor da cultura, em âmbito nacional, seria um enorme ganho para a área.

sexta-feira, 16 de março de 2018

THIAGO "MULTI HOMEM" MOREIRA


THIAGO MOREIRA é jornalista, radialista, produtor cultural, publicitário, perto de virar mestre cervejeiro, comanda o TENDA VIP, um dos blogs mais acessados de João Monlevade, é proprietário da agência Comunique MKT e do bem sucedido projeto APROVEITE MINAS que vai para o seu terceiro ano de realização. Ah...e foi responsável também pelo carnaval antecipado de João Monlevade em 2018, muito elogiado por todos. Esse moço tem mais de sete vidas. Tem mal gosto para time de futebol, mas nem tudo é perfeito. Mas vamos à entrevista
MEDIOPIRA - O que te influenciou para se tornar um homem de marketing? Qual era o seu sonho de infância?
Meu sonho de infância era ser jogador de futebol ou piloto de fórmula 1. Entrei no marketing meio por acaso. Fiz faculdade em Comunicação Social, depois fiz uma pós em marketing e fui convidado pelo profissional da área Márcio Passos para fazer um programa eleitoral para o candidato Railton Franklin, quando ele foi apoiado pelo grupo do Mauri. Tomei gosto.
MEDIOPIRA - Qual a influência de um Antônio Gonçalves em sua vida?
Antônio Gonçalves(avô), um exemplo.
Meu avô é um exemplo para toda a família. Quando eu era criança me perguntavam na escola qual era meu ídolo e eu escrevia o nome dele. Foi um político realizador, respeitador das diferenças. Hoje vive tranquilo, é bem vindo onde vai. Já passei horas e horas conversando com ele. É um grande homem, convicto de suas opiniões e ao mesmo tempo humilde.
MEDIOPIRA -Vc tem facilidade para transitar em várias áreas: promoção de eventos, jornalismo, política, marketing. Em qual área fica mais à vontade?
Nenhuma delas e todas elas. Todo dia é um aprendizado novo ou uma porrada nova, rs. Posso dizer que os eventos me trazem dinheiro, o jornalismo prazer, a política é uma cachaça e o marketing uma necessidade.
Juntando gastronomia e arte...
MEDIOPIRA -Vc parece ter mais afinidade com o gênero sertanejo. Qual a razão? Paixão mesmo pela música caipira ou é por que tem mais potencial de marketing nos dias de hoje?
Tenho mais afinidade com o MPB, samba e o rock. Meus eventos de gastronomia normalmente levam estes três ritmos e é o que mais escuto em casa e no carro. Mas, vejo que tudo tem momento e respeito demais o sertanejo. Já fiz grandes eventos de sertanejo em que fui muito feliz. 
MEDIOPIRA - Por que vc acha que outros gêneros como o Rock ou a MPB saíram de cena?
Faltou continuidade do trabalho e empenho no mercado, essa turma se acomodou. Os rockeiros e o pessoal da MPB parece ser mais preguiçosos. As bandas envelheceram e não renovam seus repertórios, foram perdendo espaço para o sertanejo e não reinvestiram. Observe que algumas bandas têm as mesmas músicas de sempre, nunca renovaram.  O pessoal que está à frente do mercado de sertanejo é muito mais profissional, aguerrido, eles arriscam, enquanto os roqueiros e o pessoal da MPB fica naquela de criticar os outros gêneros, mas sem se mover.  Apesar disso tem gente ainda aparecendo. Tiago Iorc, Tiê. Cícero, Alice Caymmi, Dônica, Ana Cañaa, enfim, basta procurar no YouTube que acha.
MEDIOPIRA - O que vc acha do Funk?
Como eu disse, quando se trata de música tem tempo para tudo. Sobre as letras, acredito que se perdeu. O funk brasileiro era capaz de compor melodias incríveis no passado como aquela música “era só mais um Silva”, entre outras. Hoje o sexo é a temática. Falar de sexo é legal, só que está meio escroto. Já o funk internacional tem muita gente mandando bem, o Bruno Mars é um exemplo.
MEDIOPIRA - O que você acha do mercado musical do Médio Piracicaba?
Mike Santos: qualidade no Médio Piracicaba
Tem muita gente boa. Tenho medo de citar nomes e deixar alguém zangado, mas vou falar assim mesmo e desculpe se esquecer alguém. Mas, o Mike Santos é um excelente cantor de MPB, no passado havia uma banda chamada Calk, que se você procurar no YouTube vai ver que tem músicas excelentes para baixar e ouvir no carro, gosto muito da Amanda Garcias no gênero do sertanejo e o Rômulo Rás é um grande compositor. Também temos o Aggeu, que é um  dos melhores covers do Beatles do Brasil e do Mundo. Agora também temos a Livvia Bicalho que pode aparecer para o país. A banda Soul do Samba também conseguiu notoriedade regional e o Samba Club manda muito bem. No samba raiz sou fã assumido do Dan e Duca.
MEDIOPIRA -Vc já pensou em empresariar artistas? Algum projeto nesse sentido?
Já e foi um fracasso as duas vezes que tentei. Uma vez peguei uma banda do nordeste que veio para Minas Gerais tentar a vida. Jovens sonhadores, uma penca deles. A banda chamava Cara de Boneca. Fizemos alguns shows, mas o dinheiro dava para comprar comida para eles e mais nada. Depois peguei uma dupla sertaneja que no primeiro show médio, o primeira voz ficou bêbado e eu rompi o contrato no dia seguinte.
MEDIOPIRA - Se você fosse empresariar ou contratar artistas, o que levaria em  consideração? Qualidade musical? Se a banda tem boas músicas autorais pra divulgar? Se toca covers de sucesso? Se tem boas fotos e apresentação pessoal? O que conta mais?
Quando contrato para os eventos observo as particularidades do evento e se o artista atende aquela demanda e me passa segurança. Se fosse empresariar, ou seja, cuidar da carreira de artistas agora, que estou mais experiente, olharia qualidade musical, carisma, disciplina é o que eu acho que observaria.  A parte de fotos e apresentação pessoal seria trabalhado no processo, seria mais um trabalho nosso para eles.
Marketing, gastronomia, música, tudo num mesmo pacote.
MEDIOPIRA - Seus eventos gastronômicos têm sido sucesso e você está exportando o APROVEITE MINAS para outras praças. Como vem sendo essa experiência? Como é a escolha dos grupos musicais para participar? O pessoal pode enviar seus portfolios para sua análise?
O festival Aproveite Minas tem três vertentes, gastronomia, cervejas especiais e música boa. Se o grupo musical se enquadra no último quesito claro que pode nos mandar seu portfólio. Sobre a experiência é um trabalho, que demanda responsabilidade com os participantes. São dezenas de fornecedores que você tem que atender no processo, antes de começar o evento e durante. Já tivemos eventos com 10 cervejarias e 12 restaurantes, ai tem o pessoal do som, tem a parte burocrática e legal, publicidade, estrutura de som, mesas para o público, ornamentação, palco, som, luz, bandas, banheiros, segurança, parte financeira, limpeza da via ou local que foi realizado o evento, pessoal para trabalhar, enfim, você tem que cuidar disso tudo. Este ano pretendemos realizar alguns, inclusive na região.
MEDIOPIRA - As pessoas estão ficando a cada dia mais caseiras, consumindo filmes e música confortavelmente em suas casas através das netflix e spotfys da vida. Acha que a adoção desse estilo de vida camisolão tem esvaziado os eventos?
Fez monlevade voltar a foliar.
As pessoas estão mais exigentes e cada vez mais individualistas. Querem consumir produtos de qualidade na hora que querem e quando querem com o mínimo esforço possível. Porém, todos querem ter experiências e o produtor de eventos tem que lhes proporcionar essas experiências. Se eles querem qualidade, apresente-lhes gostos diferenciados e individuais. Exemplo. Estamos investindo em cerveja artesanal e estamos trabalhando em algumas receitas que farão você se sentir na casa da sua avó. Já imaginou beber uma cerveja com seu sabor tradicional e depois que engole vem um sabor de goiabada, aí você tira gosto com queijo? É nisso que estamos trabalhando. Quando for ao evento nosso, em alguns deles, você terá uma experiência nova. Estes eventos diferenciados, focados em experiências individuais e sensoriais, com produtos de qualidade vão prevalecer.
MEDIOPIRA - As pessoas andam meio afastadas da Arte e cultura. Preferem festas  de diversão e entretenimento. Existe espaço para exposições de pinturas e artesanato e de outros gêneros musicais? Não deveria haver mais estímulo?
Em alguns dos nossos eventos apresentamos exposições de fotos e arte. O que falta é um espaço adequado para esse tipo de intervenção na nossa região. Não tem um lugar que reúna ao mesmo tempo, mercado potencial, já que não podemos esquecer que se trata de um negócio como qualquer outro, espaço para o evento e ainda para exposições. O estímulo também é algo gritante. Poucas empresas aproveitam o público selecionado que vai a estes locais para fazer um marketing direto e bem feito, são consumidores excelentes, aliás o melhor público para a maioria dos mercados. O setor público também prefere investir nas tradicionais cavalgadas. Ambos perdem oportunidades, porque as cavalgadas ficam lotadas de jovens de várias cidades e o volume de pessoas dá a sensação de que a população foi em peso, quando apenas 10 a 15% vai ao evento. No caso das festas de gastronomia, a família vai. É uma ótima oportunidade política e publicitária.
MEDIOPIRA - Quais são as suas próximas ações culturais?
Foco também nas cervejas
O que posso dizer é que o ano promete, mas tem um ditado que diz que se você quiser que seus planos deem errado basta conta-los às pessoas. Vamos investir na cerveja artesanal e por isso em eventos. Temos um compromisso de participar de um evento de cerveja em Lavras Novas e estamos preparando as receitas para fabricar inicialmente no modelo cigano. Depois começam as nossas festas cervejeiras e de gastronomia. Tem muita coisa que ainda é segredo.
MEDIOPIRA - Deixe seus endereços para quem quiser se comunicar, mandar material, interagir, enfim...
Bem, estamos sempre abertos e à procura de talentos, parcerias e trabalho não apenas no setor de eventos, mas também no de jornalismo e marketing.  Nosso email é thiagomoreira.comunique@gmail.com ,whats e telefone 31 98746-7347 ou 3850-2008 e nosso site é o www.tendaviponline.com


Multi homem

sexta-feira, 9 de março de 2018

AGGEU E PAULINHO PEDRA AZUL - NO PROJETO ESQUINAS DE MINAS - EM JOÃO MONLEVADE

Aggeu e Paulinho.
Através do projeto ESQUINAS DE MINAS, João Monlevade e o Mediopiracicaba, estão tendo a oportunidade de assistir excelentes shows com grandes nomes da música mineira, muitos deles egressos do famoso movimento Clube da Esquina, que revelou ao mundo ídolos como Milton Nascimento, Beto Guedes, Lô Borges e Toninho Horta. Depois houve novas levas, com o surgimento de nomes como Flávio Venturini e o 14 Bis, Tadeu Franco, Celso Adolfo, Paulinho Pedra Azul e mais recentemente Vander Lee.  O projeto tem como "embaixador" o músico Montesclarense (e também Monlevadense)  Aggeu Marques,  conhecido como um dos maiores intérpretes e divulgadores da obra dos Beatles no planeta.

Aggeu também é compositor de mão cheia, inclusive com música gravada por Flávio Venturini. Por causa de seu excelente trânsito junto à nata da música mineira é que está sendo possível realizar o projeto Esquinas de Minas. E pela sua amizade com o Lu, do Espaço Alegrette. Na primeira edição teve a dobradinha com Flávio, que dividiu o show com o Aggeu. Agora será a vez do amado compositor e cantor Paulinho Pedra Azul. Paulinho tem público cativo pra todo lado. Suas músicas são hits cantados por gerações.
Apenas com seu violão, sua voz marcante e seu olhar, consegue hipnotizar as multidões e colocar todo mundo pra cantar junto. Seus shows são verdadeiras serenatas coletivas. Basta Paulinho começar as músicas e se quiser não precisa nem cantar, pois o povo faz o coro...e quase sempre muito afinado. Aggeu também é um músico bem acima da média. Não foi adotado por essa turma à toa. A qualidade que ele consegue colocar em tudo que pega pra fazer é sua marca registrada. Não sei o que eles prepararam para o show, se vão fazer alguma coisa juntos, enfim. Mas tenho certeza que será mais uma noite memorável, que merece ser gravada. Tomara que pinte alguém por lá que registre com mínima qualidade. 
Parabéns aos realizadores pelo arrojo, ao Luciano do Alegrete que tá se esforçando pra levar bons espetáculos para os monlevadenses. E recomendo não só aos Monlevadenses, mas ao pessoal de Itabira, SD do Prata, Rio Piracicaba, Alvinópolis. Monlevade é pertinho e o show...vai ser muito legal.


sexta-feira, 2 de março de 2018

ENTREVISTA COM A PRODUTORA CULTURAL SAMIRA LIMA

Para que possamos entender o ambiente artístico em que estamos inseridos o MEDIOPIRA vai entrevistar alguns produtores de eventos de diversas cidades para que os amigos músicos possam ter a visão do outro lado, de quem contrata e produz. E pra começar vamos falar com a produtora carioca SAMIRA LIMA. Quer dizer, carioca no momento, pois essa moça é nômade. Já residiu e produziu bastante em João Monlevade. Hoje ela desenvolve um projeto muito interessante no rio e está levando esse projeto pra outras cidades. Mas vamos à entrevista 
MEDIOPIRA - SAMIRA LIMA, como é que foi essa transição, de João Monlevade para o Rio de Janeiro? O choque cultural deve ter sido muito profundo...
SAMIRA - Já estou a 9 anos aqui no Rio, o que senti realmente foi a dimensão,sai de uma cidade pequena para uma grande metrópole, mas os problemas e dificuldades são iguais.
MEDIOPIRA: - Quais foram as suas principais dificuldades pra sedimentar seu trabalho no Rio?
SAMIRA - A concorrência, são muitos produtores, e muitos artistas que  produzem e muito bem.
MEDIOPIRA: Como está o cenário musical do Rio de Janeiro hoje? Tem muitos espaços pro pessoal tocar? O pessoal tá conseguindo sobreviver e ganhar algum dinheiro?
SAMIRA - Vamos lá, a grande verdade não vejo mudanças. Como estou numa grande cidade, os problemas acabam sendo maiores e a concorrência também. O RJ recebe artistas de todo Brasil e de fora e insisto na concorrência,muitas vezes desleal. Quando digo desleal, falo nos espaços para tocar. Onde existe a concorrência existe também um pouco de desvalorização por parte dos contratantes, ai entra também a questão do sobreviver. O Rio é um caldeirão de artistas a procura de uma oportunidade e enquanto não chega, muitos se submetem a cachês baixos para poder sobreviver,e quando digo baixo, é baixo mesmo!!!
MEDIOPIRA: O que os contratantes esperam dos artistas hoje em dia? Quais as exigências deles na hora de contratar shows?
SAMIRA - Estamos falando do artista independente, que vai tocar num barzinho. Nesse caso eles exigem um vasto repertório com músicas que estão na moda, no mínimo 3 a 4 horas de cantoria e tem locais que oferecem o cachê de R$ 150,00, o que pra mim é surreal, mas tem artistas que precisam desse valor e se submetem. É a lei da sobrevivência. No caso de shows autorais ou artistas em início de carreira, não existe contratantes. Existe produzir um show, locar o local ou trabalhar com couvert artístico e alguns casos não chega a ser 100% pro artista.
MEDIOPIRA: Você no momento está desenvolvendo um projeto muito interessante no Rio. Fale-nos um pouco sobre esse projeto.
Adorei essa logo. O FAI é itinerante. Começou no rio...mas pode
ser feito em qualquer lugar. 
SAMIRA -No meio da crise econômica e minha sede por projetos culturais hoje faço a produção da FAI: Feira de Artes Integradas que tem como objetivo aproximar a arte e cultura da população, em meio a um ambiente descontraído e divertido. Um espaço aberto a literatura, artes cênicas e visuais, fotografias, música, artesanato, produtos orgânicos e toda forma de cultura.que une empreendedores e artistas
MEDIOPIRA: O artista mineiro tem boa aceitação no rio ou a música mineira tá meio fora de moda?
SAMIRA -  Ah! Música é música, se tocou na alma está na moda!
MEDIOPIRA: O que tem de mais diferente da sua experiência do Rio para a sua fase de João Monlevade? É mais fácil conseguir patrocínios no Rio?
SAMIRA - Muito mais difícil conseguir apoio em cidades grandes.
MEDIOPIRA: No Rio tem espaço para todos os tipos de música ou tá tudo dominado pelo sertanejo e funk como aqui em Minas?
S
O FAI em Sampa. Quem sabe breve em algum
 lugar perto de você?
AMIRA - O sertanejo e funk dominaram o Brasil, é a música da moda, é a música da balada, mas sempre tem espaço para a boa música em qualquer local.
MEDIOPIRA: O que você acha dos artistas mineiros, principalmente do Médio Piracicaba?
SAMIRA - Tem ótimos artistas. Tenho muita saudade do Médio Piracicaba, ando conversando muito com Carla Lisboa (produtora e ativista cultural, já produzimos muito juntas, é minha amiga), para tocarmos algo na região, principalmente em João Monlevade, para comemorarmos 10 anos do nosso primeiro projeto na cidade.
MEDIOPIRA: Vc está empresariando novos artistas no momento? Fale-nos desses trabalhos.
SAMIRA - Bom, que fique claro, não sou empresária, sou produtora cultural e artística. Passei um ano sem produzir artistas. Mas vem novidade ai a partir de abril. Vou lançar uma turnê de uma grande artista e também produzir dois novos. Fiquem atentos!!!!
MEDIOPIRA: Você teria disposição para conhecer novos trabalhos dos artistas da região e encaminhar esses trabalhos para o mercado carioca?
SAMIRA - Sempre, mas fica uma dica: que cada artista faça seu nome na sua cidade, na sua região, invista numa boa produção, trabalhe sua identidade visual, não se iluda com grandes nomes que aparecem e só oferecendo serviços,enfim...
MEDIOPIRA: Deixe os seus contatos, site e midias sociais para que o pessoal possa interagir com vc, encaminhar material, contratar shows, etc...
SAMIRA: Samira Lima 21 990109758 (whatsapp) samiralima.fai@gmail.com @fai.arte @faiprodutora