quarta-feira, 20 de abril de 2016

ENTREVISTA COM MÁRCIO GREYCK

O MÉDIOPIRA desta semana circula apenas pela internet por causa do feriado.  Nesta semana vamos sair um pouco do script para entrevistar um artista de BH, mas que se apresentará na excelente Kissussêgu Shows e Eventos, casa de espetáculos de João Monlevade mais voltada para um público que gosta de sair pra dançar, pra curtir bailes e horas dançantes, um público um pouco mais maduro, mais exigente e com melhor poder aquisitivo. Pois a Kissussêgu dessa vez ousou e está trazendo, no dia das mães um show com o grande Márcio Greyck, um grande ídolo dos anos 70 que compôs diversas canções famosas. Márcio Greyck é mineiro de Belo Horizonte e teve músicas gravadas em diversos países. Mas vamos à entrevista...

1-        Como você entrou para o mundo da música?

Meu começo foi em Belo Horizonte depois de muitas serenatas embaixo das janelas das namoradas e amigas, influenciado pelo que era de costume nos anos 60.
2-  Você se considera mais intérprete ou compositor?
Creio ter sido mais um cantor intérprete durante um bom tempo, até me descobrir compondo canções!
3- Tem uma ideia aproximada de quantas músicas compôs ao   longo da sua carreira?
Eu nunca contei às canções que fiz, mas penso que já passa de 50 apesar de não me considerar um compositor de quantidades!
4-Quem já gravou músicas suas?
Incontáveis intérpretes gravaram canções minhas tais como: Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Agnaldo Timóteo, Fábio Junior, Rosana, Daniel, Zezé di Camargo e Luciano, Sérgio Reis, Verônica Sabino, Rita Ribeiro, Toni Platão, Wilson Simonal, etc. e etc.

5-         Quais são as suas principais influências?

Minhas influencias vem primeiramente do romantismo dos anos 60 e depois com a revolução musical dos Beatles e a beatlemania que também era romântica, e que influenciaram a Jovem Guarda e conseqüentemente toda a minha geração!

6-         Você tem um método de composição? Como é o seu processo criativo?

Meu processo criativo começa com a inspiração e depois muito trabalho para sintetizar e concluir o conceito.

7-         Você é músico de partitura ou de ouvido? Você é músico de partitura ou de ouvido?

Sou um músico autodidata que acabei por aprender um pouco de cada instrumento apenas observando e insistindo em pelo menos tirar nota sete em cada; já que a nota dez, eu não consegui ainda em nenhum..., hehe! 

8 - Você é compositor de uma das mais belas melodias da MPB que é “ Impossível acreditar que perdi você”. Essa música foi gravada por muita gente?

“Impossível acreditar que perdi você” é uma canção considerada como um fenômeno dos anos 70 e que já conta com quase 80 regravações por intérpretes de vários estilos e seguimentos musicais no Brasil e exterior!


9-          Como você classificaria o seu estilo musical?

Creio ser eclético no meu modo de pensar, mas o romantismo segue sendo o norte das minhas composições!
10 - Você fez parte de um movimento na época que tinha os galãs, aqueles sujeitos de rostos bonitos que as meninas adoravam a colecionar pôsteres das revistas da época. Usando o vocabulário de hoje: você pegou muita gente?
Hehe..., eu sempre fui um falso galã, com apenas um metro e sessenta e quatro, mas que também vivenciei a revolução social e comportamental que a minha geração impôs e que naturalmente, eu também colaborei com isso!

11- Eu sei que existe um certo preconceito e muitos artistas tem medo de serem chamados de brega. Você fez parte daquela geração de cantores como Agnaldo Raiol, Odair José, Antônio Marcos, Fernando Mendes. Você também se considera brega? Tem algum problema com o rótulo?

Aprendi a não crer nos rótulos e a deixar que o próprio público defina o que é ser brega ou não, independentes do contexto em que você se insere! Não tenho preconceito algum com esse estigma que para mim já se misturou com vários outros conceitos, mas que na verdade, parte do principio do que é popular!

12- Quais foram os músicos que gravavam com você?

Tive o privilégio de gravar com grandes músicos nas várias etapas da minha carreira, inclusive, um disco inteiro com o grupo, Roupa nova!

13- A Música brasileira tem essa premência em lançar novas músicas e com isso vai de certa forma relegando grandes artistas ao ostracismo por muito tempo. Você andou meio sumido. O que andou fazendo neste tempo?

Houve um grande hiato em minha carreira por conta de uma grande desmotivação que me aconteceu, e que me fez afastar por quase quinze anos em que estive recluso em meu sitio em Saquarema RJ fazendo uma espécie de autoterapia! Mas não parei de compor e isso fez parte do objetivo! Recuperada a motivação, me dei “alta” e voltei á estrada!

14- E sobre o momento atual? O que você anda trabalhando? O que você apresenta em seus shows?

No momento estou preparando o lançamento do meu livro “O menino que eu fui...” e espero também poder mostrar novas canções, que se acumularam durante esse tempo e que ainda estão inéditas!

15- E para o futuro? O que está no forno? Tem músicas novas pra sair?

Apesar das condições hoje bem adversas para quem parou por tanto tempo, terei que fazê-lo então de forma independente, o que é mais difícil, naturalmente!

16- Você conhece João Monlevade? Já se apresentou na região?

Estive em Monlevade participando juntamente com outros artistas em uma produção do Aggeu Marques que promoveu um encontro musical em prol da duplicação da BR 381! Não me esqueço do carinho com que fui recebido no palco!

17- Qual o recado você quer enviar para os milhares de fãs da região?


Que me orgulho de ser mineiro e de guardar no coração toda essa nossa cultura peculiar!...E que me aguardem..., hehe!