O MÉDIOPIRA desta semana circula apenas
pela internet por causa do feriado. Nesta semana vamos sair um pouco do script
para entrevistar um artista de BH, mas que se apresentará na excelente Kissussêgu
Shows e Eventos, casa de espetáculos de João Monlevade mais voltada para um
público que gosta de sair pra dançar, pra curtir bailes e horas
dançantes, um público um pouco mais maduro, mais exigente e com melhor poder
aquisitivo. Pois a Kissussêgu dessa vez ousou e está trazendo, no dia das mães
um show com o grande Márcio Greyck, um grande ídolo dos anos 70 que compôs diversas
canções famosas. Márcio Greyck é mineiro de Belo Horizonte e teve músicas
gravadas em diversos países. Mas vamos à entrevista...
Meu começo foi em Belo Horizonte
depois de muitas serenatas embaixo das janelas das namoradas e amigas,
influenciado pelo que era de costume nos anos 60.
2- Você se considera mais intérprete ou
compositor?
Creio ter sido mais um cantor
intérprete durante um bom tempo, até me descobrir compondo canções!
Eu nunca contei às canções que fiz,
mas penso que já passa de 50 apesar de não me considerar um compositor de
quantidades!
4-Quem já gravou músicas suas?
Incontáveis intérpretes gravaram
canções minhas tais como: Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Agnaldo Timóteo, Fábio
Junior, Rosana, Daniel, Zezé di Camargo e Luciano, Sérgio Reis, Verônica
Sabino, Rita Ribeiro, Toni Platão, Wilson Simonal, etc. e etc.
5-
Quais são as suas
principais influências?
Minhas influencias vem primeiramente do romantismo dos
anos 60 e depois com a revolução musical dos Beatles e a beatlemania que também
era romântica, e que influenciaram a Jovem Guarda e conseqüentemente toda a
minha geração!
6-
Você tem um método
de composição? Como é o seu processo criativo?
Meu processo criativo começa com a inspiração e depois
muito trabalho para sintetizar e concluir o conceito.
Sou um músico autodidata que acabei por aprender um
pouco de cada instrumento apenas observando e insistindo em pelo menos tirar
nota sete em cada; já que a nota dez, eu não consegui ainda em nenhum..., hehe!
8 - Você é compositor
de uma das mais belas melodias da MPB que é “ Impossível acreditar que perdi
você”. Essa música foi gravada por muita gente?
“Impossível acreditar que perdi você” é uma canção
considerada como um fenômeno dos anos 70 e que já conta com quase 80
regravações por intérpretes de vários estilos e seguimentos musicais no Brasil
e exterior!
9-
Como você classificaria o seu estilo musical?
Creio ser eclético no meu modo de pensar,
mas o romantismo segue sendo o norte das minhas composições!
10 - Você fez parte de um movimento na
época que tinha os galãs, aqueles sujeitos de rostos bonitos que as meninas
adoravam a colecionar pôsteres das revistas da época. Usando o vocabulário de
hoje: você pegou muita gente?
Hehe..., eu sempre fui um falso galã,
com apenas um metro e sessenta e quatro, mas que também vivenciei a revolução
social e comportamental que a minha geração impôs e que naturalmente, eu também
colaborei com isso!
11- Eu sei que existe um certo preconceito e muitos
artistas tem medo de serem chamados de brega. Você fez parte daquela geração de
cantores como Agnaldo Raiol, Odair José, Antônio Marcos, Fernando Mendes. Você
também se considera brega? Tem algum problema com o rótulo?
Aprendi a não crer nos rótulos e a deixar que o próprio
público defina o que é ser brega ou não, independentes do contexto em que você
se insere! Não tenho preconceito algum com esse estigma que para mim já se
misturou com vários outros conceitos, mas que na verdade, parte do principio do
que é popular!
12- Quais foram os músicos que gravavam com você?
Tive o privilégio de gravar com grandes músicos nas
várias etapas da minha carreira, inclusive, um disco inteiro com o grupo, Roupa
nova!
13- A Música brasileira tem essa premência em lançar
novas músicas e com isso vai de certa forma relegando grandes artistas ao
ostracismo por muito tempo. Você andou meio sumido. O que andou fazendo neste
tempo?
Houve um grande hiato em minha carreira por conta de
uma grande desmotivação que me aconteceu, e que me fez afastar por quase quinze
anos em que estive recluso em meu sitio em Saquarema RJ fazendo
uma espécie de autoterapia! Mas não parei de compor e isso fez parte do
objetivo! Recuperada a motivação, me dei “alta” e voltei á estrada!
14- E sobre o momento atual? O que você anda
trabalhando?
O que você apresenta em seus shows?
No momento estou preparando o lançamento do meu livro
“O menino que eu fui...” e espero também poder mostrar novas canções, que se acumularam
durante esse tempo e que ainda estão inéditas!
15- E para o futuro? O que está no forno? Tem músicas
novas pra sair?
Apesar das condições hoje bem adversas para quem parou
por tanto tempo, terei que fazê-lo então de forma independente, o que é mais
difícil, naturalmente!
16- Você conhece João Monlevade? Já se apresentou na
região?
Estive em Monlevade participando juntamente com outros
artistas em uma produção do Aggeu Marques que promoveu um encontro musical em
prol da duplicação da BR 381! Não me esqueço do carinho com que fui recebido no
palco!
17- Qual o recado você quer enviar para os milhares de
fãs da região?
Que me orgulho de ser mineiro e de guardar no coração
toda essa nossa cultura peculiar!...E que me aguardem..., hehe!