Weber Ferreora é um dos maiores comunicadores que
conheço. Primeiro pela voz privilegiada. Depois pela inteligência, pelo jogo de cintura, pela vivência.
Não conheço um sujeito mais à vontade em seu ambiente, com pleno domínio
do meio . Passou por diversas rádios até se notabilizar como Mr
Alternativa 1 FM, um professor em tempo integral que formou gerações de ótimos
locutores, um sujeito que enobrece o Rádio, amigo leal com quem sempre gostei muito de
conversar(e aprender) e que sempre tem muuuito a dizer. Mas vamos a entrevista.
MEDIOPIRA – Como você percebeu que tinha o dom
pra comunicação e pra locução?
WEBER - Na verdade não foi eu quem descobriu esse dom.
Quem percebeu que eu tinha um potencial radiofônico a ser lapidado, foi um
profissional espetacular, Luiz Omar, no final dos anos 80 em Ipatinga. Como era
ouvinte assíduo da rádio Vanguarda e participava com o Luiz Omar pelo telefone,
em uma dessas participações ele me convidou para fazer um “piloto”, teste de
locução gravado. De lá pra cá, graças a Deus não parei mais.
MEDIOPIRA – Em quais rádios trabalhou?
WEBER- Comecei na rádio Vanguarda AM, depois 95 FM
ambas em Ipatinga em 1985. Em 1989 vim para João Monlevade para rádio
Alternativa FM, Tive uma passagem pela rádio Globo AM Monlevade e depois rádio
Cultura AM. Em 1994 retornei para rádio Alternativa 1 FM e estou até o momento.
WEBER - Empolgante e desafiante. Tenho um amigo, o
Amantino Andrade, que me incentivou a vir pra Monlevade. Em uma das vezes que
nos encontrarmos em Ipatinga ele me fez um convite para apresentar um evento em
Nova Era, A FEANE, em que os donos da rádio Alternativa estariam presentes,
pois ele fazia questão de me apresentar para uma possível contratação. Muito
novo, nunca tinha saído de casa. Aceitei o desafi, larguei família e amigos pra
trás e vim em busca de algo que não fazia a menor ideia do que era. E
sinceramente, foi a melhor coisa que fiz na vida. Pois, aqui em João Monlevade
fui muito bem acolhido, construir minha vida pessoal e profissional. Tenho uma
família linda, respeito profissional e sou feliz.
MEDIOPIRA – Para você, o que um locutor tem de
ter pra vencer na profissão?
WEBER - Determinação, disciplina, garra, vontade de
aprender sempre e acima de tudo humildade. Nessa nossa profissão o mais difícil
é administrar a vaidade humana. Somos muito vaidosos. Uma coisa é certa: pra
sua estrela brilhar não há necessidade de tentar apagar o brilho dos outros.
Todos temos luz própria, coisa de Deus.
MEDIOPIRA – Quais são os principais vícios dos
que estão começando?
WEBER -Tecnicamente falando o que mais me incomoda é o
sujeito achar que para ser um bom profissional ele tem que ter uma voz grave
demais e quando não tem, ele imposta de maneira errada e fica horrível. Tem
também aquelas locuções cantadas, que o
“profissional” carrega a mão no final das frases , sabe como? Fica bem
arrastada e cansativa pro ouvinte. Não há necessidade de mudar a voz que Deus
te deu. Sua voz é seu registro, sua identidade profissional e é o que ouvinte
espera de você naturalidade. É gostoso quando alguém te reconhece pela voz. Sua
voz é igual a voz daquele “cara” da rádio o fulano de tal. Quando isso acontece
comigo eu ganho o dia.
MEDIOPIRA - Você fez um curso superior de jornalismo. Acha que
somou para a sua atuação profissional?
WEBER - Claro que sim. A academia é o local das
discussões de ideias, onde você encontra as bases que vão te sustentar na vida
profissional. A discussão ética e a
responsabilidade para com a sociedade, por exemplo são temas que mexeram e
mexem muito comigo. Foi no banco da escola que as visões foram clareando. Me
sinto mais seguro e responsável.
MEDIOPIRA – A Rádio Alternativa sempre teve como
marca tocar os maiores sucessos da música popular. Um de seus segredos foi ser
eclética. Você também é eclético em seu gosto musical?
WEBER - Martino, nos conhecemos já há muito tempo e ainda
não tivemos tempo de nos encontrar num churrasco bem a vontade. Mas posso te
garantir que vai se surpreender com o meu gosto musical. Quando era criança
ouvia de tudo de Vicente Celeste, Nelson Gonçalves, Nelson Ned, Rui Maurity,
Paulo Diniz, Secos e Molhados, Amado Batista, Elvis Presley, James Taylor,
Rolling Stones, Queen, Carmem Silva, Lindomar Castilho, Raul Seixas, Zé Ramalho
e o Rock dos anos 80. Sou bem eclético, Mas vou já dizendo gosto de música boa.
Não me venha com essas letras chicletinho, que só tem refrão e que não falam
nada com nada. Tô fora. Kkk.
MEDIOPIRA – Como você vê o ambiente musical do
Médio Piracicaba hoje? Conseguiria apontar algumas coisas que tenha gostado
ultimamente?
WEBER - Infelizmente, devido à correria ouço pouco a nova
geração. Somente quando alguém sugere. Porém, já há algum tempo venho
apresentando o evento Cerp em Movimento, da escola Centro educacional Roberto
Porto. Um evento de música, dança e atividades culturais da escola onde minha
filha estuda e tenho ouvido algumas crianças e adolescente que tem
possibilidade de se desenvolverem bem.
Temos ainda alguns bons músicos na cidade Daniel Bahia, Phelipe Godinho,
Cila Cordeli, Mike Santos, Natália Grigório, a moçada do Soul Du Samba e vários
outros nomes que estão emergindo. O sucesso e a notoriedade não aparecem de uma
hora pra outra, precisa ralar mesmo. Muito trabalho, seriedade e estudo.
MEDIOPIRA – Muitos artistas sonham em tocar em
rádio. O que eles precisam fazer para tocarem suas canções na maior rádio do
Médio Piracicaba?
WEBER - Qualidade! Procurar um bom estúdio de gravação,
um produtor musical, ter talento e uma boa musica com letra e melodia.
MEDIOPIRA – No passado, pra conseguir músicas
novas pra tocar nas rádios, os pobres coordenadores do interior tinham de
mendigar para os representantes das gravadoras. Hoje pode baixar na internet na
hora que quiser. Acha que tá pior ou melhor esse esquema?
O relacionamento emissora, divulgador e artista
melhorou com a chegada da internet. Antes as gravadoras e os divulgadores só se
preocupavam com os grandes centros. Os divulgadores das gravadoras chegavam
numa rádio de capital e deixa um disco com coordenador artístico, outro com o
programador musical, outro com locutor que estava no ar no momento, outro com o
dono da emissora outro com vizinho do coordenador e um pra tocar na rádio.
Sendo assim faltava o disco pra emissora do interior. Com “fim das gravadoras”
os artistas descobriram as emissoras do interior e o material chega todo dia. Porém,
hoje todo mundo se acha artista e o que chega pela internet é uma coisa
horrorosa. Se não houver um filtro fica difícil. Mesmo com o filtro, a
qualidade musical tá bem duvidosa.
MEDIOPIRA – As pessoas mudaram seu jeito de ouvir
música. Hoje o menino baixa sua música predileta para seu celular e ouve na
hora que quiser. Até que ponto isso
impacta as rádios? Como tem sido a interação do público com a rádio alternativa
por intermédio da internet?
WEBER - Bem, com as novas tecnologias é normal que haja
mudança no dia a dia das pessoas e na radiodifusão não diferente. A audiência
do veiculo rádio diminuiu sensivelmente é fato. Mas, aposto na proximidade que
a emissora de rádio deve ter com seu ouvinte, vivenciar seus problemas, alegrias
e questionamentos participar da vida das pessoas. Aquilo de companheiro diário.
Só assim consegue fidelizar os ouvintes. Caso contrário o numero de ouvintes
tende a diminuir. As pessoas querem ser ouvidas.
MEDIOPIRA – Pra onde vai o Rádio?
WEBER - Sinceramente não sei. Mas gostaria que me levasse
junto. O futuro a Deus pertence. Acredito que é uma incógnita, as coisas estão
acontecendo muito rápido. Pra quem começou tocando vinil. Não dá pra
prever.
MEDIOPIRA – Deixe seus contatos – telefone –
email – facebook, etc para quem quiser contatá-lo. ( se quiser) ...
WEBER - Sou Weber Ferreira radialista, jornalista, faço
gravação de comerciais, vídeos institucionais pra empresas, sou agenciador
comercial da rádio Alternativa e apresento cerimoniais, formaturas, festa de 15
anos eventos diversos. Contato 31 - 9
9985 5853.