quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

WEBER RÁDIO FERREIRA

Weber Ferreora é um dos maiores comunicadores que conheço. Primeiro pela voz privilegiada. Depois pela inteligência, pelo jogo de cintura, pela vivência.  Não conheço um sujeito mais à vontade em seu ambiente, com pleno domínio do meio . Passou por diversas rádios até se notabilizar como Mr Alternativa 1 FM, um professor em tempo integral que formou gerações de ótimos locutores, um sujeito que enobrece o Rádio, amigo leal com quem sempre gostei muito de conversar(e aprender) e que sempre tem muuuito a dizer. Mas vamos a entrevista.

MEDIOPIRA – Como você percebeu que tinha o dom pra comunicação e pra locução?

WEBER - Na verdade não foi eu quem descobriu esse dom. Quem percebeu que eu tinha um potencial radiofônico a ser lapidado, foi um profissional espetacular, Luiz Omar, no final dos anos 80 em Ipatinga. Como era ouvinte assíduo da rádio Vanguarda e participava com o Luiz Omar pelo telefone, em uma dessas participações ele me convidou para fazer um “piloto”, teste de locução gravado. De lá pra cá, graças a Deus não parei mais.

MEDIOPIRA – Em quais rádios trabalhou?

WEBER- Comecei na rádio Vanguarda AM, depois 95 FM ambas em Ipatinga em 1985. Em 1989 vim para João Monlevade para rádio Alternativa FM, Tive uma passagem pela rádio Globo AM Monlevade e depois rádio Cultura AM. Em 1994 retornei para rádio Alternativa 1 FM e estou até o momento.

MEDIOPIRA – Como foi sua ida para a Alternativa 1?

WEBER - Empolgante e desafiante. Tenho um amigo, o Amantino Andrade, que me incentivou a vir pra Monlevade. Em uma das vezes que nos encontrarmos em Ipatinga ele me fez um convite para apresentar um evento em Nova Era, A FEANE, em que os donos da rádio Alternativa estariam presentes, pois ele fazia questão de me apresentar para uma possível contratação. Muito novo, nunca tinha saído de casa. Aceitei o desafi, larguei família e amigos pra trás e vim em busca de algo que não fazia a menor ideia do que era. E sinceramente, foi a melhor coisa que fiz na vida. Pois, aqui em João Monlevade fui muito bem acolhido, construir minha vida pessoal e profissional. Tenho uma família linda, respeito profissional e sou feliz.


MEDIOPIRA – Para você, o que um locutor tem de ter pra vencer na profissão?

WEBER - Determinação, disciplina, garra, vontade de aprender sempre e acima de tudo humildade. Nessa nossa profissão o mais difícil é administrar a vaidade humana. Somos muito vaidosos. Uma coisa é certa: pra sua estrela brilhar não há necessidade de tentar apagar o brilho dos outros. Todos temos luz própria, coisa de Deus.

MEDIOPIRA – Quais são os principais vícios dos que estão começando?

WEBER -Tecnicamente falando o que mais me incomoda é o sujeito achar que para ser um bom profissional ele tem que ter uma voz grave demais e quando não tem, ele imposta de maneira errada e fica horrível. Tem também  aquelas locuções cantadas, que o “profissional” carrega a mão no final das frases , sabe como? Fica bem arrastada e cansativa pro ouvinte. Não há necessidade de mudar a voz que Deus te deu. Sua voz é seu registro, sua identidade profissional e é o que ouvinte espera de você naturalidade. É gostoso quando alguém te reconhece pela voz. Sua voz é igual a voz daquele “cara” da rádio o fulano de tal. Quando isso acontece comigo eu ganho o dia.   

MEDIOPIRA - Você fez  um curso superior de jornalismo. Acha que somou para a sua atuação profissional?

WEBER - Claro que sim. A academia é o local das discussões de ideias, onde você encontra as bases que vão te sustentar na vida profissional. A discussão  ética e a responsabilidade para com a sociedade, por exemplo são temas que mexeram e mexem muito comigo. Foi no banco da escola que as visões foram clareando. Me sinto mais seguro e responsável.

MEDIOPIRA – A Rádio Alternativa sempre teve como marca tocar os maiores sucessos da música popular. Um de seus segredos foi ser eclética. Você também é eclético em seu gosto musical?

WEBER - Martino, nos conhecemos já há muito tempo e ainda não tivemos tempo de nos encontrar num churrasco bem a vontade. Mas posso te garantir que vai se surpreender com o meu gosto musical. Quando era criança ouvia de tudo de Vicente Celeste, Nelson Gonçalves, Nelson Ned, Rui Maurity, Paulo Diniz, Secos e Molhados, Amado Batista, Elvis Presley, James Taylor, Rolling Stones, Queen, Carmem Silva, Lindomar Castilho, Raul Seixas, Zé Ramalho e o Rock dos anos 80. Sou bem eclético, Mas vou já dizendo gosto de música boa. Não me venha com essas letras chicletinho, que só tem refrão e que não falam nada com nada. Tô fora. Kkk.

MEDIOPIRA – Como você vê o ambiente musical do Médio Piracicaba hoje? Conseguiria apontar algumas coisas que tenha gostado ultimamente?

WEBER - Infelizmente, devido à correria ouço pouco a nova geração. Somente quando alguém sugere. Porém, já há algum tempo venho apresentando o evento Cerp em Movimento, da escola Centro educacional Roberto Porto. Um evento de música, dança e atividades culturais da escola onde minha filha estuda e tenho ouvido algumas crianças e adolescente que tem possibilidade de se desenvolverem bem.  Temos ainda alguns bons músicos na cidade Daniel Bahia, Phelipe Godinho, Cila Cordeli, Mike Santos, Natália Grigório, a moçada do Soul Du Samba e vários outros nomes que estão emergindo. O sucesso e a notoriedade não aparecem de uma hora pra outra, precisa ralar mesmo. Muito trabalho, seriedade e estudo.

MEDIOPIRA – Muitos artistas sonham em tocar em rádio. O que eles precisam fazer para tocarem suas canções na maior rádio do Médio Piracicaba?

WEBER - Qualidade! Procurar um bom estúdio de gravação, um produtor musical, ter talento e uma boa musica com letra e melodia.

MEDIOPIRA – No passado, pra conseguir músicas novas pra tocar nas rádios, os pobres coordenadores do interior tinham de mendigar para os representantes das gravadoras. Hoje pode baixar na internet na hora que quiser. Acha que tá pior ou melhor esse esquema?
O relacionamento emissora, divulgador e artista melhorou com a chegada da internet. Antes as gravadoras e os divulgadores só se preocupavam com os grandes centros. Os divulgadores das gravadoras chegavam numa rádio de capital e deixa um disco com coordenador artístico, outro com o programador musical, outro com locutor que estava no ar no momento, outro com o dono da emissora outro com vizinho do coordenador e um pra tocar na rádio. Sendo assim faltava o disco pra emissora do interior. Com “fim das gravadoras” os artistas descobriram as emissoras do interior e o material chega todo dia. Porém, hoje todo mundo se acha artista e o que chega pela internet é uma coisa horrorosa. Se não houver um filtro fica difícil. Mesmo com o filtro, a qualidade musical tá bem duvidosa.

MEDIOPIRA – As pessoas mudaram seu jeito de ouvir música. Hoje o menino baixa sua música predileta para seu celular e ouve na hora que quiser.  Até que ponto isso impacta as rádios? Como tem sido a interação do público com a rádio alternativa por intermédio da internet?

WEBER - Bem, com as novas tecnologias é normal que haja mudança no dia a dia das pessoas e na radiodifusão não diferente. A audiência do veiculo rádio diminuiu sensivelmente é fato. Mas, aposto na proximidade que a emissora de rádio deve ter com seu ouvinte, vivenciar seus problemas, alegrias e questionamentos participar da vida das pessoas. Aquilo de companheiro diário. Só assim consegue fidelizar os ouvintes. Caso contrário o numero de ouvintes tende a diminuir. As pessoas querem ser ouvidas.

MEDIOPIRA – Pra onde vai o Rádio?

WEBER - Sinceramente não sei. Mas gostaria que me levasse junto. O futuro a Deus pertence. Acredito que é uma incógnita, as coisas estão acontecendo muito rápido. Pra quem começou tocando vinil. Não dá pra prever. 

MEDIOPIRA – Deixe seus contatos – telefone – email – facebook, etc para quem quiser contatá-lo. ( se quiser) ...


WEBER - Sou Weber Ferreira radialista, jornalista, faço gravação de comerciais, vídeos institucionais pra empresas, sou agenciador comercial da rádio Alternativa e apresento cerimoniais, formaturas, festa de 15 anos eventos diversos. Contato  31 - 9 9985 5853.