sexta-feira, 29 de setembro de 2017

MARCOS MARTINO ENTREVISTADO PELO MEDIOPIRA

O MEDIOPIRA dessa semana conversou com o compositor, músico e jinglista multitarefas Marcos Martino. Ele já viveu um monte de aventuras. Foi integrante do Grupo Verde Terra, que ganhou muitos festivais em sua época. Depois integrou a banda de Rock República dos Anjos. Hoje transita entre a arte e a publicidade. Produz jingles e spots, trilhas, textos publicitários, é promotor cultural, roteirista e produtor de vídeos. Já foi também assessor de comunicação e Presidente da Fundação Casa de Cultura de João Monlevade. Mas o pessoal deve estar perguntando: - Como assim  entrevistando a si mesmo? Uai ! fiquei com inveja dos entrevistados e resolvi me auto-entrevistar. Espero que gostem...

MEDIOPIRA - Você já viveu uma época em que havia mais valorização da arte e cultura. O que aconteceu pra mudar tão radicalmente?


Marcos Martino - Eu acho que foi por causa da política. Desde o governo Collor começou a haver um esforço em valorizar tudo que fosse extremamente popular, uma simplificação de tudo. Cunhou-se uma cultura do povão. Newton Cardoso seguiu a cartilha em Minas. Pra começar, transformou a rádio Brasileiríssima em Popularíssima e na época tirou a MPB do ar e colocou só pagode e sertanejo. Mas não foi um fenômeno isolado. A tendência foi se espalhando até tomar conta de tudo e virar um padrão.

MEDIOPIRA - Mas essa opção não foi do povo, das pessoas?

Marcos Martino - Não sei. Há quem diga que o nosso congresso espelha o nosso povo. Eu acho que é o contrário. As pessoas seguem os modelos. Se os políticos roubam lá em cima, o povo acha que também pode roubar cá embaixo. Os políticos são modelos de comportamento e um vai espelhando o outro. A mídia, as novelas, também ajudam. O que os governos e a mídia disseminam viram comportamentos. E nos últimos anos tivemos uma espécie de elogio à ignorância. Tem mais valor o tipo  simples e bronco sem sensibilidade para a arte. 

MEDIOPIRA - Não faz tanto tempo assim, tínhamos festivais de música pra todo lado. O que aconteceu para que quase acabassem?

Marcos Martino - Talvez por causa dessa "popularização" da cultura. As prefeituras e empresas  preferiram direcionar suas verbas para eventos de massa, principalmente rodeios e exposições agropecuários. Ainda existem eventos de resistência, mas que vem tendo problemas para atrair público . Será que o povo só quer os popularescos? Mas aí é que tá: existem os nichos ... 

MEDIOPIRA - Mas você fala sobre de forma depreciativa dos eventos agropecuários. Não estaria de implicância com a música sertaneja?

Marcos Martino - De modo algum. Não tenho nada contra o estilo, nem contra a indústria que nasceu em torno. Até gosto bastante de algumas músicas. Ruim mesmo é a monocultura. Mas já teve o tempo do axé, do pagode, do funk, do Rock Brasil...até da MPB. Mas nada tão duradouro como a música sertaneja.

MEDIOPIRA - Como foi a sua experiência tendo banda de rock e de festivais?


Marcos Martino - O Verde Terra foi um grupo festivaleiro clássico. Havia um circuito interessante. O República dos Anjos também foi uma fase bárbara. Conseguimos tocar em centenas de rádios e fizemos muitos shows.

MEDIOPIRA - E não tem mais lugar mais pra música autoral?

Marcos Martino - Lugar sempre tem. Mas apesar dos avanços tecnológicos e de estarmos online 24 horas,  ficou mais difícil fazer com que as músicas cheguem até as pessoas. Isso por causa da quantidade e até pela qualidade que ficou acessível a todos. Hoje vc pode criar um canal no youtube, fazer  uma TV, uma rádio própria. E tem muita gente fazendo música boa. Mas ... convencer as pessoas a assistirem e se inscreverem em seu canal é outra história. E na internet as pessoas visualizam mas não retém. Nas rádios as músicas ficavam nas memórias por causa da repetição.

MEDIOPIRA - E as rádios? Estão se atualizando ou ainda estão na idade das cavernas?


Marcos Martino - As que insistirem em fórmulas arcaicas vão ter dificuldades. A maioria tá partindo para o conceito das talk radios. São rádios faladas, conversadas, de interação com o ouvinte. A música deixou de ser o principal produto. Além do mais, todo mundo pode ouvir a música favorita seja baixando, seja ouvindo no spotfy e outros canais on line.

MEDIOPIRA - E você está parado ou compondo?


Marcos Martino - Eu nunca estou parado. Tô sempre realizando alguma coisa, quase sempre envolvendo música e vídeo. Continuo compondo, pois compor é quase uma seção de desencapetamento. A gente coloca pra fora o que nos perturba.

MEDIOPIRA - Mas não tem planos para apresentações?

Marcos Martino - Tenho  projetos sim que estou pensando em realizar, um de uma nova banda de rock. Tenho um bocado de composições novas, bem no espírito rockeiro. E outros projetos de singles também. Vamos ver se a vida me dá tempo pra realizar.

MEDIOPIRA - Mas não se acha velho pra isso?

Marcos Martino - Velho é um conceito. A essa altura do campeonato não vou tentar ficar fazendo música pros "novinhos". Se fosse fazer isso, talvez me dedicasse ao funk. É o que a galera nova tá ouvindo.

MEDIOPIRA - Por falar nisso, o que acha do funk?

Marcos Martino - Um ritmo como qualquer outro. Acho engraçado os rockeiros que já quiseram mudar o mundo ficarem nessa de criticar os funkeiros. O slogan do rock era SEXO, DROGAS E ROCK AND ROLL.   O Funk é o ritmo que tá fazendo a cabeça da galera, queiramos ou não.

MEDIOPIRA - Pra onde vai a música?

Marcos Martino - Vai pra nuvem. Aliás, já está lá. As memórias musicais de todo o planeta deve estar na nuvem hoje. Da cultura Esquimó à Aborígene.  Não tem outro caminho. Todos precisam aprender a se virar na nuvem.

MEDIOPIRA - Fora a música, que outros projetos você pretende tocar no médio prazo?

Marcos Martino - Ah...pois é. Estou lançando um canal no youtube chamado NAVTRINE, em que vou trabalhar pra divulgar trabalhos novos, uma coisa que me motiva muito. Mas tenho vários projetos em andamento. Projetos ambientais,  produção musical, produção de festivais e de vídeos.

MEDIOPIRA - E o que vc aconselha pro pessoal da música de hoje?

Marcos Martino - Meu conselho é simples: PROFISSIONALISMO EM TUDO. Se vc for fazer um play list de repertório, pense no quando vai entreter as pessoas, no bem que pode fazer com a sua música. Mentalize e mande bala. Quando for gravar um clip, a mesma coisa. Mesmo que for gravar com celular, preocupe-se com a imagem. É muita gente que vai ver. Então capriche. Fale pro pessoal da banda também ter comportamento profissional, conversar com a câmera.

MEDIOPIRA - Covers ou autorais?


Os Morcegos, ótima banda cover da Jovem Guarda.
Marcos Martino - Por que não os dois? Algumas pessoas ficam impacientes quando só ouvem músicas novas num show. Então, se a banda entremear pode ser melhor pra estabelecer um link  rápido com a platéia. Mas, se o artista for capaz de segurar a onda só com próprias, se suas músicas  forem de fácil assimilação apesar de autorais, por que não? O artista tem de ter bom senso. Quanto aos covers, funciona assim desde o início do pop. Nos anos 60 e 70 toda cidade tinha seu conjuntinho de igreja ou colégio que se dedicava a fazer cover dos beatles e da jovem guarda. Eram valorizados os músicos que fizessem igualzinho o original.                                                                
Deixe seus contatos.

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31 988151041 (zap)

marcos.martino@gmail.com

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

QUALQUER SEMELHANÇA COM A COINCIDÊNCIA É PURA REALIDADE...


O MEDIOPIRA dessa semana foi conversar com o produtor JOÃO BARRETOS, criador de alguns dos maiores eventos agropecuários do país. João é autodidata, começou a fazer pequenos rodeios em Barretos, sua cidade natal, até tornar-se um dos empresários mais bem sucedidos do showbusiness nacional. De uns tempos pra cá diversificou e tornou-se próspero produtor de Nelore e plantador de soja. Recentemente também criou um selo musical dedicado ao sertanejo, funk e pagode. Mas vamos à entrevista...

VOCÊ SE CONSIDERA UM PRODUTOR CULTURAL?

Não! Eu sou produtor de entretenimento. Os chamados produtores culturais se empenham em produzir e direcionar conteúdos por eles considerados  interessantes para o público. Eu já faço diferente. Ofereço ao povo o que o povo quer. Por isso, meus eventos são sempre lotados.   

MAS NÃO ACHA PERIGOSO OFERECER AO POVO UM CONTEÚDO TÃO RUIM?

Perigoso é você oferecer o que o povo não quer e o povo não comparecer. Veja só.Desde que o mundo é mundo o povo tem suas necessidades naturais. A música sempre serviu pra fazer fundo musical para as atividades humanas. Então, se você faz eventos que oferecem promessas de sexo, de namoro, de bebida e comida e músicas pro povo dançar e cantar junto, certamente ganhará dinheiro e gerará emprego pra muita gente.

MAS POR QUE O POVO ESTÁ TÃO AVESSO AOS EVENTOS CHAMADOS CULTURAIS?

O povo nunca teve paciência com essa conversa de arte e cultura. Acha chato e vai só se for modinha. Já não tem paciência com escola, com conteúdos mais elaborados. Vc acha que alguém vai sair de casa pra ver pessoas recitando poesias? Cantando letras cheias de metáforas e poesia? Mas não vai mesmo!

MAS ENTÃO, QUAL VOCÊ CONSIDERA SER O CAMINHO PARA A CULTURA

As leis de incentivo foram invenções interessantes. Durante um tempo até sustentaram a produção alternativa, a chamada arte genuína. Mas os produtores de entretenimento também enxergaram o potencial econômico e com pouco tempo dominaram as grandes verbas. Por sua vez as empresas também preferem se associar a projetos de artistas conhecidos e populares.A arte e a cultura ficaram com as migalhas. As secretarias municipais de cultura são uma piada. Tem esse nome, mas os prefeitos as utilizam pra fazer os eventos do povão que dão voto, que são exatamente os tipos de eventos que eu faço. O restinho da verba que sobrar eles usam para uma coisinha aqui e outra ali e fingem que fazem cultura.

MAS NÃO CONSIDERA A ARTE IMPORTANTE PARA A HUMANIDADE
Já foi mais importante no passado. Havia os grandes pintores, escultores geniais, grandes músicos. Mas hoje em dia, com os computadores, artes perfeitas são feitas instantaneamente e tem templates pra tudo. Orquestras inteiras podem ser simuladas por um teclado eletrônico. De modo que a arte tá perdendo gradativamente a sua utilidade.


POR QUE AS MASSAS SE AFASTARAM TANTO DA ARTE?

As massas na verdade nunca gostaram. Lembra-se de umas camisesas do Casseta e Planeta? "Vá ao teatro mas não me chame?". É assim que o povo pensa. Não tem a mínima paciência. Gosta é de novela, de seriados americanos, de futebol e de sacanagem. É isso que eu ofereço.

MAS O NÍVEL GERAL NÃO ESTÁ CAINDO? O POVO NÃO TÁ FICANDO MUITO BURRO?

Eu não acho não. Quando o sujeito entra na faculdade vai ter de estudar filosofia, química, física e essas chatices todas. Você ainda vai querer que o sujeito ainda seja intelectualoide? Que discuta Freud e Lacan durante a diversão? Ele quer saber é de encher a cara e encontrar alguém pra dar uns amassos.

A INTERNET PREJUDICA OS SEUS NEGÓCIOS OU É ALIADA?

Num primeiro momento achei que fosse me atrapalhar muito. Eu invistia em duplas sertanejas e faturava com vendas de CDs, administrava os direitos autorais e até os shows. A internet acabou com a venda de CDs. Por isso eu peguei o dinheiro e comecei a investir em fazendas e e Nelore. Agora, cds pararam de vender, mas os shows tem vendido bem. Principalmente os sertanejos. Eu criei um selo musical pra segurar alguns talentos. Estou investindo agora no funk que tá bombando pra todo lado.

MAS QUE CONSELHO VOCÊ DARIA PARA OS PRODUTORES CULTURAIS?

Olha, eu tenho até algumas amigas românticas, que acreditam que vão mudar o mundo através da arte. Coitadas. São maltrapilhas, não tem dinheiro nem pra ir a Guarapari. O conselho que eu daria é...se querem escrever livros, escrevam livros pornôs, por que dão dinheiro. Se querem fazer eventos de música, não coloquem aqueles artistas alternativos com músicas autorais chatas. Saraus de poesia e exposições de quadros, nem pensar. Isso não dá dinheiro.

ENTÃO VOCÊ ACHA QUE A ARTE E A CULTURA ESTÃO MORRENDO?

Morrendo eu não sei.  Mas não conseguem empolgar nem ser compreendidas num mundo tão polifônico. As mensagens não decodificadas são ignoradas e jogadas no lixo da história. Olha,  se você colocar dois eventos, um do lado do outro, sendo um pago de música sertaneja com cerveja e churrasco. E o outro gratuito com música autoral alternativa, com sarau de poesias e performances teatrais, pode ter certeza que o primeiro vai lotar e o segundo fracassar.

MAS O QUE A ARTE E CULTURA DEVERIAM FAZER PARA SE POPULARIZAR?

Interagir mais com as pessoas comuns, ir onde o povo está. A turma da cultura além de tudo é cheia de teimosias. Ao invés de aproveitar os locais já frequentados pelo público, cismam de criar espaços alternativos e fazer eventos onde as pessoas não frequentam usualmente. Tentem também fazer os eventos mais interativos com músicas pro povo dançar, chacoalhar. Se misturar cultura com diversão, pode colar. Se insistir na chatura, não vai...

QUE MENSAGEM VOCÊ DEIXARIA PRA QUEM PRETENDE TRABALHAR COM PROMOÇÃO DE EVENTOS?

Que escolha rapidamente se quer ganhar dinheiro ou reputação cultural. Se quer ganhar dinheiro pra pagar as contas e ter um bom nível de vida, preocupe-se em dar ao povo o que o povo quer. Faça eventos populares, sertanejos, essas coisas. Eventos de gastronomia também são bons pois o povo adora comer. Se quer teimar na devoção quase religiosa à Deusa arte, á tal relevância de conteúdos,  tá bom também. É só levar uma vida desapegada, pois dinheiro não vai entrar...


O ENTREVISTADO É PATROCINADO PELA CERVEJA SAFADA, VERSÃO FUNK DA DEVASSA. 

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

PROCLAMADA A REPÚBLICA LITERÁRIA...

O MEDIOPIRA da semana foi conversar com a Jacqueline Silvério,  sócia da República Literária, um dos maiores centros de difusão da literatura e do conhecimento na região. Conheço Jacque desde que ela se expressava artisticamente nos festivais de musica. Depois que montou a Republica Literária ela encontrou sua "cachaça". A literatura preencheu a sua vida e juntamente com a Nádia, construiu uma loja que é quase uma instituição monlevadense, dada a sua importância para leitores, estudantes, professores, escritores, promotores de eventos e afins. Mas vamos a entrevista...


MEDIOPIRA - Quantos anos tem a República Literária?

Completamos 29 anos. A Republica Literária foi fundada em 10 de junho de 1988

MEDIOPIRA - A República literária virou uma espécie de templo da cultura e dos eventos na cidade. Vocês estão sempre trabalhando em parceria com os promotores culturais, servindo como bases para vendas de ingressos e convites. Como é essa relação com a cidade?

Por iniciativa própria, sempre divulgamos todas as iniciativas culturais. Sempre disponibilizamos nossos espaços internos e externos para divulgações de eventos educacionais, sociais, culturais e literários, e, na medida do possível, buscamos, por meios próprios,divulgar, com a antecedência necessária, todo material disponibilizado por pessoas, entidades e empresas, convidando nossos clientes e amigos a tomarem conhecimento da atividade e dela participarem.

MEDIOPIRA - Como você avalia o mercado de livros. As pessoas continuam lendo muito?

Com toda a certeza, posso afirmar que o MERCADO DE LIVROS expandiu-se vertiginosamente. Entretanto, não significa, exatamente, que houve um crescimento paralelo de venda de livros. Os novos leitores, utilizam-se de e-books como nova plataforma de conhecimento do teor dos livros. A facilidade em baixar os livros para o computador, tablet, notebook, celular e outros meios, criou um novo jeito de ler.

MEDIOPIRA - Além de livros, vocês comercializam uma série de produtos. O que tem mais saída hoje em dia?

Realmente, para manter o sonho de oferecermos livros aos nossos clientes, tivemos que ampliar nossas atividades comerciais. Atualmente, os produtos mais vendáveis são os vintage (retrôs), canecas e taças, chinelos, imãs e relógios.

MEDIOPIRA - Você acha que o livro impresso tem vida longa ou será engolido pelas plataformas virtuais?

Acredito que sempre existirão os fieis amantes do livro impressos. Mas, já na atualidade, dada a comodidade, principalmente, e ao imediatismo dos novos leitores, as opções virtuais têm crescido bastante.

MEDIOPIRA - Quais você considera serem as vantagens da leitura do livro físico sobre a leitura virtual, nos tablets e celulares da vida?

Pessoalmente, e na opinião de diversos clientes, o prazer de "possuir" o livro físico se explica pelo prazer de poder toca-lo ou visualiza-lo nas prateleiras de uma estante, especialmente criada para sua admiração, de poder cheirar as suas folhas, marcar-lhe as partes mais interessantes, deixar nele anotações pessoais, e por aí vai... A relação com um livro físico é a de um amor incondicional.

MEDIOPIRA - Vocês estão promovendo a feira anual da República Literária. O que vai ter de novidade esse ano?

Nesta edição 2017, que será no dia 7 de outubro, além dos descontos especiais de 15 e 20% em todos os livros expostos dentro da livraria, teremos, na parte externa da loja, a presença de 2 escritores, que estarão autografando seus livros. O artista plástico e professor Mateus Xavier também irá prestigiar o nosso evento realizando desenhos livres de nossos clientes. A área musical ficará a cargo da dupla Heitor e Ronivaldo, apresentarão músicas de estilos variados, no melhor da MPB. E para finalizar, o mais especial da nossa feira anual de livros será oferecer excelentes títulos para as crianças, adolescentes e o público em geral, com promoções a partir de R$5,00 e centenas de livros ao preço fixo de R$9,90.

MEDIOPIRA - Os escritores locais tem saída? Existe algum tipo de promoção e interação com a livraria?
Escritor Monlevadense Wir Caetano lançando novo livro
Alguns poucos escritores locais têm uma saída mais expressiva de seus livros. Entretanto, no geral, a procura/ venda de um livro independente é muito rara, e perdem-se obras muito boas por desconhecimento de conteúdo. Em nossa livraria, atualmente, temos títulos de escritores locais, de Nova Era, Rio Piracicaba, Itabira, São Gonçalo do Rio Abaixo, São Domingos do Prata, Belo Horizonte, Brasília. Geralmente, os “escritores" deixam os seus exemplares, e somem. Alguns poucos aparecem para acompanhar a venda dos livros, ou interagirem conosco.

MEDIOPIRA - E como está a presença da República Literária na internet?



Ainda não criamos uma PLATAFORMA DE VENDA ATRAVÉS DA INTERNET. Entretanto, nossa presença é diária no FACEBOOK e WHATSAPP , e os clientes estão habituados a fazerem contato conosco através destes meios de comunicação. Temos buscado agilizar o processo de atendimento pessoal e virtual , aprimorando , diariamente , a nossa logística de vendas

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

DEIXEM O FUNK EM PAZ

Anitta desce até o chão. Maior artista brasileira do momento.
ENQUANTO ISSO NAQUELA ACADEMIA

- O que você está ouvindo?

- Ahn? Ah...estou ouvindo funk.

- Nossa. Eu deteeesto funk.

- É mesmo? Eu não tenho nada contra!

- Ih...ninguém merece.  Isso pra mim não é musica

- Uai...tem compasso, tem melodia, harmonia. E é bom de dançar.

- Ah...pelo amor de Deus. Vai me desculpar, mas funk não é música.

- Baita preconceito seu.

- O que é isso. Funk não tem raíz...não tem história.

- Aí é que vc se engana. Tem história, tem vida, tem arte ali.

- Arte? Com essas letras indecentes, cheias de erros de português?

- Besteira. Os Manonas também eram indecentes. Falavam de suruba e
cabelo do saco e todo mundo achava engraçado.

- Ah...mas não dá pra comparar. Os Mamonas eram...

- Eram brancos né? Eram de classe média alta. Preconceito puro!

- Espere aí. Não é nada disso. Não tenho nada contra os negros. Não
tenho preconceito de cor.

- Olha só. Quando apareceu o samba, a elite da época queria proibir.
Com o Rock aconteceu a mesma coisa. Fizeram passeata contra a guitarra
elétrica. Agora é a vez do funk.

- Ah...mas o funk eu sou a favor de proibir...não aguento esse pessoal
que passa com som alto de madrugada tocando funk.

- E sertanejo pode? Por que eu vi uma turma passando tocando Eduardo
Costa e eu odeio Eduardo Costa. Vamos proibir o sertanejo também por
causa disso?

- Mas o funk é música do capeta. O Pastor falou lá na igreja. Não é
coisa de Deus.

- Que bobagem.  O Funk é apenas um ritmo. E é meio de vida pra muita
gente. Abriu oportunidade pra turma da periferia se expressar,
juntamente com o Rap e o Hiphop.  Custo a acreditar que alguém pode
querer proibir uma cultura.

- Mas funk não é música de gente normal. É só de traficante e de favelado.

- Mais um engano seu. Não tem uma festa hoje em que a galera não peça
funks no repertório. E a turma solta as frangas pra valer. As morenas,
as loirinhas, todo mundo descendo até o chão.

- Tá vendo? Só sexo, sensualidade, banalização do corpo feminino.

- E era diferente com o Axé? As meninas e até os homens desciam na
boquinha da garrafa sem medo de qualquer juízo de valor.

- Engraçado. Achei que você fosse rockeiro.

- Continuo  gostando de rock. Mas quer saber? Acho que o funk ocupou a
cabeça do jovem e o rock virou música de velho. O funk tem
apresentado mais ousadia e inovações do que o rock, que continua
vivendo dos ídolos do passado. O funk oferece a promessa do sexo
livre, da dança, da liberdade que os jovens buscam. O rock ficou gagá.

- Por essa eu não esperava.

- O que?

- Eu gosto de rock. Você me chamou de velha.

- De jeito nenhum. Vc é novinha. Só precisa relaxar um pouco...

- E o que eu tenho de fazer?

- É simples...só aprender a quicar, a sentar e descer até o chão.

- Que indecência, meu Deus...

- E vai dizer que não gosta?

- Gostar eu gosto...quer dizer...eu gosto mas tenho de resistir né?
Senão o pastor me xinga.

- Ah... então mande esse pastor pro inferno.

- Eu não. Deus castiga!

- O que castiga é o tempo. Se não aproveitar enquanto tá tudo em cima,
quando cair fica mais difícil.

- Tá bom. Vc me convenceu. Preconceito deletado...

- Nossa, novinha! Você me serve...

domingo, 3 de setembro de 2017

O LIVRO QUE VIROU POESIA, QUE VIROU MÚSICA, QUE VIROU VÍDEO, QUE VIROU EBOOK

Marcos Martino e Erivelton Braz, sonhadores e realizadores.
Foi um caso muito interessante  de uma ideia que surgiu há mais de 8 anos e que foi dar frutos agora. Tudo começou com a provocação do Jornalista Márcio Passos, que incentivou o também Jornalista e escritor Erivelton Braz a escrever um livro romanceado sobre a história de Jean Monlevade. Erivelton topou a empreitada e já está com o livro pronto há alguns anos. Em princípio seria patrocinado pelo Jornal A Notícia, mas por causa da crise de 2008 o projeto teve de esperar sua hora. E essa hora chegou e tive a honra de colaborar de alguma forma. Há alguns meses li um belo texto do Erivelton no Notícia, falando sobre as comemorações dos 200 anos da chegada de Jean Monlevade ao Brasil. Na hora pensei comigo: Puxa. Isso daria um belo trabalho. E não é que no outro dia o Erivelton me ligou? Foi telepatia. Só pode! Ele em princípio me propunha uma parceria em uma música. A ideia era criarmos uma canção comemorativa. Falei pra ele: -Erivelton, mas eu preciso de subsídios para criar. E ele me disse: -Espere só um pouquinho que vou lhe enviar alguma coisa. E me enviou uma linda e instantânea poesia, que também quase instantaneamente virou música. Vejam como era a poesia e como ficou a letra da música...


Depois de aprovarmos a ideia musical, partimos para a produção do arranjo e gravação dos cantores. Resolvemos convidar artistas monlevadenses, pra ficar tudo em casa. Convidamos Mark Jr, um parceiro arranjador que tem muita qualidade e Natália Grigório, cantora das melhores que conheço. Gostamos tanto do resultado que resolvemos produzir um vídeo clip. Procuramos diversos parceiros e a receptividade foi enorme. Iniciamos a produção e continuamos trabalhando no projeto. Nesse meio tempo tive uma ideia e o Erivelton topou a empreitada: por que não lançar o livro como Ebook e disponibilizar pro pessoal baixar gratuitamente? Afinal de contas, o livro foi a semente. Dele saíram a poesia, a música, o vídeo...e finalmente o ebook. O trabalho o tempo inteiro com Erivelton foi interativo, muito tranquilo, sem atropelos. Começamos a trabalhar em março. Foram 6 meses entre a nossa primeira conversa e o lançamento do projeto. Mas se considerarmos a primeira conversa sobre o livro, são mais de 10 anos. Nada perto dos 200 anos de desenvolvimento à partir das aventuras do Francês aventureiro. 

36º FESTIVAL EM ALVINÓPOLIS - FAÇAM SUAS APOSTAS

Antigamente as pessoas só tinham acesso às músicas dos festivais no dia do evento. Havia até cláusula de que a música não poderia ser conhecida nem ser vencedora em outros festivais. Mas a situação mudou e acho que foi pra melhor. Hoje em dia, já podemos conhecer antes as músicas participantes e até escolhermos as nossas favoritas. Dentre as 20 músicas inscritas consegui localizar 15 na internet. As outras 5 não encontrei no youtube, mas se aparecerem postarei aqui pra vocês. Coisas boas de verdade. 

Pra começar o  swing matador do Pontenovense Arthur Vinnih, o balanço irresistível de EU SOU NEGÃO, clip acessado por mais de 100 mil pessoas do Youtube. 

Maíra Baldaia é uma itabirana, que fez um disco sensacional e inscreveu em Alvinópolis 
uma das suas músicas mais emblemáticas.
A música BRASEIRO, que vem de São Paulo, um ska divertido feito por uma turma jovem, irreverente. Com certeza vai agradar.
                        Tijolo e Água é um samba delicioso com letra filosófica e bem humorada. 
                                            O clip é o máximo em termos de home clip. 
Coração Sereia é interessante, num ritmo quebrado, bem irreverente. 
Uma daquelas músicas que surpreende ao vivo. 
O silêncio, de Vitória Rudan é uma daquelas músicas que costumam ganhar festivais, 
com ótima letra e interpretação apaixonada...
Ronaldo Saar e Roberto Aziz também são dois artistas acostumados a ganhar prêmios. 
Estão com a sua vitoriosa "Imensurável"
Gostei do Rock cru do Bruno Coímbra, com letra que fala sobre o fim de uma relação, que inspirou uma "canção sem refrão"...
De congonhas o Grupo Vocalis traz a típica música festivaleira LUA CHEIA, 
um grupo vocal que deve ser muito legal ao vivo. 
Marcela Lobba vem de São Tomé das Letras,
 trazendo a espiritualidade do canto elemental.
De Ipatinga, Tony Moreno ataca de Blues...o Blues do amor perdido
De Lavras vem a lindíssima COLAPSO DA FLOR, de Carlos Otto.
O DANADO SOU EU - da Banda ARRUDA de SP já é uma canção
 mais engajada
Guilherme Ventura de Santa Luzia vai de Procissão...

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

TUPETE SILVA, QUALIDADE EM TUDO QUE FAZ

A primeira vez que vi a figura do Tupete foi na banda de forró "Artimanha das Gerais". Os caras estavam à toda, usavam umas roupas coloridaças e ali já brilhava a estrela do Tupete. O tempo passou e fui ouvi-lo de novo em Santa Barbara. Fiquei impressionado. O moço tocou vários instrumentos e bem. Ele tava voltando de uma temporada na Europa. Mais à frente tive a honra de trabalhar com ele em seu estúdio em Sao Goncalo. Foi numa produção para a Prefeitura e pra agência Shine On. Na época ele já começava o oficio de luthier, construindo tambores. Depois disso fui vê-lo tocar no carnaval de Alvinopolis, mandando ver na guitarra e cantando axe e reggae. O sujeito tem uma inteligência musical notável. Aprende os instrumentos e domina com muita rapidez. E tem uma história rica. Nessa entrevista ele conta coisas que eu não sabia. Por exemplo, que ele tocou com o trio parada dura. Mas vamos à entrevista...

MEDIOPIRA - Que músicas você ouviu na infância?

Tupete - Roberto Carlos, Luiz Gonzaga, Tonico e Tinoco, ZÉ Betio ...o que tocava na rádio naquela época

MEDIOPIRA - Como você ingressou no mundo da música?

Tupete - Fui influenciado pelos meus irmãos muito cedo. Comecei quando fui indicado pelos meus irmãos pra tocar com uma cantora sertenaje..ai eu comecei e não parei mais...

MEDIOPIRA - Conte pra nós um pouco da sua trajetória participando e liderando bandas

Artimanha das Gerais, forró pra ninguém botar defeito
Tupete - Quanto eu tava com uns 23 anos...conheci o Mangabinha e comecei a tocar no  no Trio Parada durante um tempo. Depois toquei aqui em São Gonçalo na banda Luanda. Depois montei  a banda Artimanhas das gerais com meus irmãos...de forró....depois eu separei e comecei a fazer carreira solo.

MEDIOPIRA - Você tem um trabalho interessante como  compositor.  Pensa em lançar CD ou DVD com esse trabalho? O que tem no Baú do Tupete?

Tupete -  Lançar CD e suas músicas e sonho de todo músico. Eu sou compositor sim e tenho no baú algumas músicas sim como Trato do embolado, eu faço, beija flor são músicas que eu tô trabalhando e espero gravar e mostrar para o público.

MEDIOPIRA - Como foi a sua experiência no exterior? Como foi a recepção? Tocou em quais países?

Tupete - com música estive no Paraguai, Argentina, Portugal, um pedaço da Espanha...e foi muito legal. Fui em 2005...toquei na noite...conheci Portugal inteira tocando. E depois toquei representando São Gonçalo...abrimos pra Gilberto Gil. Foi uma experiência maravilhosa.

MEDIOPIRA - Hoje, como são as suas apresentações musicais. Mais com banda ou individual?

Tupete - Tenho me apresentado individual e com banda. Devido a crise, tenho me apresentado mais individual. Mas temos a banda Kabaloa, uma banda completa, que ainda tem violino, vocal feminino, etc.
No charmosíssimo bar Na Laje 67 em Alvinópolis

MEDIOPIRA - Além de músico, você também vem se destacando como Luthier, produzindo e reformando instrumentos.  Como foi que adquiriu esse conhecimento? Foi na tentativa e erro, aprendendo na prática ou fez cursos?

Tupete - Foi  na necessidade.  Fui aprendendo...e aprendi a construir instrumentos...o pessoal começou a gostar...os pedidos chegando e tem sido desse jeito.

MEDIOPIRA - Mas qual a demanda maior. Por reformas ou pela confecção de instrumentos exclusivos?

Reformando ou fabricando,
o padrão Tupete
de qualidade é inigualável.
Tupete - A demanda maior é por reformas. Tá mais em alta. Pra quem tem um carinho maior com o instrumento. Mas tenho feito muitos também sob encomenda.

MEDIOPIRA - Quais os projetos do Tupete para o futuro próximo?

Tupete - Ampliar a oficina, gravar um disco, mostrar meu trabalho, talvez montar um projeto social ensinando, passando essa arte pra frente...seria isso...

CONTATOS

Tupete Silva

31 3833.5395 - 99093864 - 96894581
Rua  Raimundo Mateus, 100 - Guanabara - São Gonçalo do Rio Abaixo - MG
Facebook - Tupete Silva.