quarta-feira, 30 de agosto de 2017

JEAN MONLEVADE, A HISTÓRIA DE UM SONHO

O que um sujeito não faz pelo seu sonho. Jean saiu da França, capital cultural da Europa na época e veio parar no Brasil colonial quase selvagem para se tornar o pai da siderurgia mineira. Foi uma aventura e tanto. E eis que um belo dia essa história começou a fervilhar na cabeça de dois amigos: primeiro do Jornalista Marcio Passos, que desafiou o então estudante de letras Erivelton Braz a escrever uma história romanceada sobre a epopeia da vinda de Jean para a região. Márcio acreditava que o romance era melhor assimilado pela nossa cultura do que se fosse simplesmente uma compilação histórica. Erivelton topou o desafio  mas tentou juntar as duas coisas: fez um romance lastreado na história. Saiu pesquisando em várias fontes para tentar entender o personagem seu tempo, suas histórias e estórias. 

Eis que Erivelton  terminou seu livro. Levou ao conhecimento do Márcio, que foi o primeiro a ler, gostou bastante e se dispôs a trabalhar pra viabilizar a 1ª edição. Assim nasceu NAS TERRAS PESADAS DE METAIS E ESPANTOS. 

Quer dizer...nasceu mas teve de ficar hibernando durante um tempo. É que ninguém contava com a crise de 2008 que virou o mercado ao avesso e paralisou o projeto. 

Mas o destino tem seus caprichos. Dia esses, lendo um texto do Erivelton no site do Jornal A NOTÍCIA me deu um click. O texto falava sobre os 200 anos da chegada do JEAN MONLEVADE ao Brasil que merecia uma comemoração à altura. Pensei comigo: -Puxa vida. Dá pra fazer um trabalho muito lindo. A história é muito rica e inspiradora.

E não é que no outro dia fui surpreendido pelo Erivelton que me ligou pra falar exatamente sobre aquele assunto. Sincronicidade? Não tenho dúvidas. E assim começamos a conversar sobre fazermos uma música sobre o bicentenário. Erivelton me enviou um poema feito instantaneamente e comecei a trabalhar na linha melódica. Mexi na letra, adaptei algumas coisas, fomos lapidando até que chegamos a um resultado que nos agradou. Conseguimos um patrocínio para produzirmos a música. Chamamos para fazer arranjo o talentoso músico monlevadense Mark Jr.
Natália Grigório arrasou

Mark Jr fez os arranjos.
Para cantar convidamos a fantástica cantora Natália Grigório. A música ficou tão boa que começamos a cogitar a produção de um video-clip com belas imagens da cidade. E começamos a enviar projetos para diversas empresas. 



Pra nossa alegria, quase todos  gostaram do projeto e nos deram retorno positivo.Assim partimos para a elaboração do roteiro e para a produção do vídeo.

Quem se encarregou da captação de imagens e da edição foi outro Monlevadense: Robson Mariz da DRONES RM, que reside em Belo Horizonte. Enquanto produzíamos o vídeo pintou uma ideia nova: se o livro não foi lançado no formato impresso, por que não lançá-lo no formato e-book? Seria distribuído gratuitamente num formato pioneiro na região. Erivelton gostou da ideia, afinal, tudo que o criador deseja é que seu trabalho chegue até o máximo de pessoas. O que não lhe tirou o desejo de lança-lo também no formato impresso. A materialidade é importante. Em breve...

E QUEM QUISER BAIXAR O LIVRO?

Muito fácil. Só acessar o site do Jornal A NOTÍCIA e preencher um cadastro. http://anoticiaregional.com.br/ebook.asp


ALGUMAS INFORMAÇÕES SUPLEMENTARES

O vídeo foi feito a partir de um roteiro sentimental. Não tem uma perspectiva politica ou institucional. O intuito foi exaltar a memória do fundador, seu legado, seu espírito empreendedor que permeia todo o fazer na cidade. Que as gerações futuras possam se inspirar em sua história de persistência, de acreditar que é possível fazer coisas  gigantescas se você souber sonhar direito e tiver uma raça sobre-humana pra fazer acontecer. 

OS GUARDIÕES DA HISTÓRIA

Várias pessoas  já se aventuraram a escrever sobre o assunto e o fizeram muito bem como foi o caso dos excelentes livros do Jairo Martins e do Afonso JR. Os livros do Jairo são magníficos, cheios de erudição e beleza poética. Do Afonsinho não tive a honra de conhecer, mas só me deram ótimas referências. Cada um oferece elementos novos para a compreensão dessa figura tão importante que está no DNA da cidade. Outras figuras notórias como o genial Barcelona, como o Professor Dadinho, como Marcelo Melo, cada um ao seu modo são espécies de guardiões das memórias da cidade e estão sempre jogando luzes sobre o passado. 

OS EMPRESÁRIOS QUE PARTICIPARAM

De certa forma, os empresários, os empreendedores, são os verdadeiros continuadores do legado do Jean, pois movem montanhas e fazem o mundo girar. Alguém pode perguntar:  o que tem a ver colocar empresas no vídeo? Ora bolas. Eles patrocinaram, ajudaram a viabilizar. Nada mais justo. Além do mais, sua presença é pertinente também no contexto por serem empreendedores, que nem o personagem central do vídeo. Então, gostaríamos muito de agradecer ao Marcelo e Ana Luiza do Hiper comercial Monlevade, a Fernanda, Lucien e Carlos Arthuzzo, do SICOOB CREDIMEPI, ao Luiz Carlos Valente da CDL, ao pessoal da PROHETEL e do Real Esporte Clube, ao Marcinho e ao Junio Queiroz da Rádio Alternativa, ao pessoal da Arcelor Mittal, Lucas Vilela e João Carlos Guimarães. Também a Flávia e Iarlei da ACIMON que nos disponibilizou o Data Show para a exibição do vídeo na noite de lançamento.


quinta-feira, 24 de agosto de 2017

SERÁ QUE O MÚSICO VAI FICAR OBSOLETO?

A maioria dos músicos que conheço reclama do declínio da qualidade musical em todo o planeta. Quais seriam as razões dessa queda? Bem! Os consumidores de música não são especialistas. São leigos, quase sempre desafinados disritmicos e contam com os artistas para o que não conseguem fazer, que é oferecer músicas para todas as horas. Só que não precisam ser exatamente músicas de qualidade. Precisam apenas ser adequadas. Já houve um tempo em que os artistas compunham suas óperas ou peças clássicas e a nobreza ficava confortavelmente sentada em silêncio ouvindo.
O artista era protagonista dos shows. Só que a coisa mudou. Os shows migraram dos teatros para os clubes. A música que era pra ouvir, passou a ser música pra dançar também. As bandas de baile começaram a acumular o descomunal arquivo de músicas chakundum do planeta. Primeiro os ritmos pra dançar juntos, boleros, fox, samba canção, até que chegamos ao pop. Os shows migraram dos clubes para os estádios e grandes espaços. Mesmo assim os músicos continuaram protagonizando e vários estilos foram aparecendo e desaparecendo.  O público ainda apreciava ver grandes performances de músicos e bandas como Jimmi Hendrix, Ed Van Hallen, Deep Purple, só pra citar alguns. 
Ed Van Halen, um dos mais virtuosos guitarristas da história.
Não era uma música feita para dançar, mas para o deleite intelectual, uma espécie de celebração do engenho musical humano. Os músicos geniais eram muito valorizados. Mas ai o marketing tratou de enquadrar.Catalogaram gêneros e subgêneros e foram desdobrando: música romântica, música sensual,  música pra praticar esportes, música pra consultório de dentista, rock progressivo, hard rock, heavy metal, rockabilly, eletrônica, funk, sertanejo universitário e por aí vai. O pop tratou de criar um formato radiofônico padrão. As músicas não poderia passar de 2 minutos pra sobrar mais espaço para os comerciais. Os solos de guitarra e harmonias sofisticadas foram banidos. Imperativo era fazer músicas de 3 acordes, com refrão e mais uma parte, sem solos virtuosos, tão infantil como a mente da média.  Claro que existe uma pequena casta de artistas geniais que consegue sobreviver fazendo o que gosta. Mas quando falta comida na mesa, quando falta dinheiro pra pagar a prestação do carro, despesas com o bebê que está vindo, o artista tem de engolir o orgulho musical e  se adequar ao gosto geral pra sobreviver. Por isso temos tantos bons músicos, principalmente do rock tocando música sertaneja. De repente o cara gosta de jazz, arrasa no improviso. Pode ser um grande guitarrista ou baterista de rock. Mas quando a coisa aperta, tem de botar um chapéu de cowboy, uma bota agulhinha e entrar na onda do sertanejão.
Estilo Country
A não ser que tenha uma profissão paralela que lhe garanta o sustento. Nesse caso a música vai ser a sua peladinha de final de semana, apenas pelo prazer. Não há demérito nenhum nisso. Carlos Drummond, nosso poeta maior, ganhava seu sustento como funcionário público. Com isso podia dedicar-se a fazer poesia de qualidade, sem concessões. Esse poderia até ser um caminho possível para quem faz música autoral. O problema é que fica caro alugar espaço, contratar músicos e som. Além do mais há uma competição cruel e só os mais aptos sobrevivem ou conseguem vitrines pra expor seus trabalhos e conquistar o verniz da fama. A batalha para os autorais é inglória, uma vez que os contratantes, com raríssimas exceções, só contratam covers que levam até o estabelecimento os consumidores que se identificam com as bandas famosas. O público também dificilmente sai de casa para assistir shows com músicas desconhecidas de artistas sem fama. E pra piorar ainda mais, em tempos de download pirata está cada vez mais difícil faturar com direitos autorais. O que fazer então? Quem souber a fórmula me avise. Dizem que o que é bom encontra um jeito de brilhar no mundo. Só que bom hoje em dia é o que tá na moda, tá na mídia e dá dinheiro. O quantitativo esmaga o qualitativo sem dó. Acho que vai chegar um ponto em que você vai pedir no google: eu quero uma música com batida eletrônica,  piano, arranjo de violino e letra falando de férias de verão. E o computador vai entregar instantaneamente. Estamos ficando cada vez mais obsoletos, camaradas. 
Banda só de robôs.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

FESTIVAL DA CANÇÃO DE ALVINÓPOLIS - NOVA GERAÇÃO

O MEDIOPIRA dessa semana conversou com os jovens organizadores do 36º Festival da Canção em Alvinópolis, festival que acontece há décadas, graças ao amor e dedicação de várias pessoas. Felizmente tem uma galera nova bastante articulada que está pegando essa batuta e prometendo levá-la até novos patamares. Importante lembrar que as inscrições estão abertas até o dia 24 de junho, com uma premiação bastante atraente (12 mil em prêmios) e com muitos benefícios para os participantes. O local também será um charme: a pracinha da igrejinha da matriz, na rua de cima. Mas vamos à entrevista...

1) O que o Festival da Canção de Alvinópolis representa para a geração de vocês?

Comissão organizadora - Na Comissão tem gente de todas as idades, né. É uma confluência de gerações. O Festival é como um rito sagrado, uma escola iniciática onde os neófitos são conduzidos ao universo das artes e da cultura. Acreditamos que todas gerações absorveram muitas influências do Festival, na maneira de compor, de ouvir e de pensar a cultura e a música.


2)  Uma das grandes virtudes que estou acompanhando no Festival 2017 é que vejo muita gente boa trabalhando. Como está a escalação desse time?

Comissão organizadora - A formação desse grupo se deu de maneira muito espontânea. Acreditamos que a concepção de um grupo de apoio ao Festival já era desejada por todos envolvidos na organização. Em meados de novembro/2016 fizemos uma convocatória e depois compareceram Alessandro, Jéssica, Jucirley, Thales e Thayson para fazer um levantamento inicial de ideias. Assim estava formada a Comissão Organizadora do 36º Festival da Canção de Alvinópolis. Após a aprovação do projeto e concessão do patrocínio Paulo César e Jovelino também se aproximaram do grupo oferecendo apoio. Temos também o suporte de diversas pessoas: o Ronildson que já participou da produção do FESTIVALE e conhece muito sobre o assunto; a Luciene, que possui muita experiência com eventos culturais e com o Festival;o Secretário de Esporte, Lazer e Cultura, Paulo Rossi; os vereadores da câmara que apoiaram por unanimidade a realização do evento; e o prefeito João Galo Índio que tem muito apreço pelo Festival e entende a importância de sua realização para o município. Tem uma lista enorme de pessoas interessadas pelo Festival que também estão colaborando: o Franques na comunicação visual;Mauro Lúcio em gravação de spots; Sidney sempre com seu apoio na locução; o Carlimque está confeccionando os troféus; a equipe da ‘Cores & Nomes’ cuidando da estrutura e muitos outros que direta ou indiretamente estão contribuindo.    

3)  Quem são os parceiros que estão ajudando a viabilizar a edição desse ano?

Comissão organizadora - O 36º Festival da Canção está sendo patrocinado primordialmente pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais – CODEMIG, através do edital 2017/01, lançado pela Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais – SEGOV. O Instituto Martelo de Desenvolvimento e Gestão – IMDG, por meio do presidente Natalino, ofereceu apoio institucional para que pudéssemos pleitear esse edital, por isso é formalmente o realizador do evento. Além disso, contamos com o apoio institucional da Secretaria de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo – SECTUR, bem como com o apoio da Prefeitura e Câmara Municipal de Alvinópolis. Os comerciantes locais, as rádios e meios de comunicação regionaistambém estão dando todo apoio. Não podemos nos esquecer dos músicos, pedra angular deste evento, que estão enviando suas canções.


4) Quais são as principais inovações no Festival 2017?

Comissão organizadora – Como você bem notou naquela entrevista concedida à nós, nesta 36ª edição somos uma equipe multidisciplinar e mais numerosa que nos últimos anos. Esta não é necessariamente uma novidade, porém em contraste com os anos anteriores, talvez represente um diferencial.Desta forma, cada um pode contribuir com o Festival de acordo com as suas competências, assim podemos dar uma atenção mais especializada para determinadas minúcias. Acreditamos que uma grande conquista desta Comissão foi a elaboração de um Projeto Cultural, que permitiu que o Festival recebesse a atenção do Governo do Estado de Minas Gerais. Além disso, estamos trabalhando muito na comunicação: reestruturando o site, a identidade visual, investindo em mídia digital, e fomentando o diálogo e o trabalho intersetorial. Estamos tecendo um diálogo muito saudável com as instituições públicas, conseguindo agregar pessoas importantes para a realização desse projeto, as quais estão acolhendo com muito carinho nossa causa. Acreditamos que todo esse empenho resultará na satisfação dos músicos e espectadores. Uma inovação que estamos viabilizando ainda é a transparência pública. Ao final do Festival faremos um relatório contendo informações acerca do processo de organização e realização, além de informações financeiras das receitas e despesas do evento. Acreditamos que a transparência não é apenas a comprovação da utilização dos recursos financeiros recebidos, mas também da nossa responsabilidade social.

5) O Festival acontecerá na Rua de Cima, região em que a cidade nasceu. De quem foi a ideia de fazer o Festival na parte histórica da cidade?

Comissão organizadora - Esta ideia surgiu de variadas fontes... Ela estava pairando no ar a mais tempo e nos parece ser um sonho antigo. Estava na pauta fazer lá, porém a princípio nós desistimos, por causa das dificuldades estruturais que enfrentaríamos. Cogitamos então fazer no Parque de Exposições, no entanto, as sugestões para fazer no Centro Histórico não paravam de aparecer. Uma das coisas que inspirou a mudança de endereço foi uma Festa Junina realizada no mesmo local, queficou muito elegante. Depois disso, em conversa com o prefeito e o pessoal da SECTUR os mesmos incentivaram a mudança e se dispuseram a dar todo apoio necessário. Pensamos que levar o Festival para lá valoriza o conjunto arquitetônico da Matriz do Rosário, nosso cartão postal.Além disso, acreditamos que é bastante simbólico situar um dos eventos mais tradicionais do município neste espaço que tanto representa nossas raízes culturais. Confiamos que será um lindo Festival, ainda mais porque teremos noite de lua cheia, rs. 

6)  O pessoal reclama há anos sobre a questão dos horários. Já percebi que vocês diminuíram o número de músicas e isso já é um avanço nesse sentido. Mas existe alguma outra ideia, de começar mais cedo por exemplo?

Comissão organizadora - Pelo que pudemos diagnosticar, grande parte dos atrasos tem origem em problemas técnicos, sobretudo do som. Outro aspecto problemático é o não cumprimento, ou não planejamento do cronograma. Tivemos o cuidado de tomar nota dessas questões tendo em vista saná-las. Então, este ano contratamos um equipamento de som que atende melhor as necessidades do evento, planejamos o cronograma e esperamos cumpri-lo com pontualidade inglesa, rs.

7)  Todos estão elogiando muito a programação visual do Festival 2017. Haverá algum tratamento especial para o palco? Já pensaram nisso?

Comissão organizadora - Esta nova identidade visual foi desenvolvida por nós, em parceria com o Franques Rodrigues, que trabalha na assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal e que entende muito de desenho e comunicação visual. Estamos procurando fazer bonito em termos de estrutura e iluminação do palco. Quanto à decoração, já surgiram algumas ideias e pessoas que nos procuraram voluntariando-se para viabilizá-la. Além do mais, a beleza do cenário já é uma decoração e harmoniza muito bem com o Festival, rs.

8) Haverá shows depois ou antes das programações?

Comissão organizadora - Antes e depois, certamente. Estamos viabilizando apresentações com músicos e grupos locais, além de uma atração especial. Em breve divulgaremos a programação oficial do evento em nosso site e redes sociais. Vamos trazer mais detalhes sobre as apresentações, assim o público ficará por dentro do que vai acontecer.

9) Até o ano passado do lado, alguns integrantes da organização estavam do lado dos que compõem e participam com músicas. E agora passam para o lado da produção e oferecem vitrine para outros artistas. Como é isso?

Comissão organizadora - Para os compositores está sendo muito difícil... O músico prefere mesmo o calor do palco, mas produzir também é uma experiência muito entusiasmante e de muito aprendizado. Estamos habituados a subir no palco, com tudo pronto, mas nos bastidores o clima é diferente. Contudo, temos descoberto que mesmo trabalhando na produção é possível saborear as conquistas e as emoções que sentimos subindo no palco. A energia e a inspiração que outrora investíamos na música, estão agora sendo usadas para girar as engrenagens do Festival. Isto é muito natural.

10) Como vocês enxergam o futuro do Festival?

Comissão organizadora - Estamos tentando aperfeiçoar o Festival desde suas bases, procurando aprimorar diversos aspectos: da pré-produção, acessibilidade, comunicação, programação, curadoria, avaliação das músicas e premiação, etc. Todo processo tem sido documentado para que possamos acompanhar e avaliar a evolução desse projeto a longo prazo. Como ponto de partida a Comissão Organizadora se empenhou em organizar o 36º Festival da Canção de Alvinópolis, por meio de um trabalho conjunto com entidades locais. Contudo, ainda estamos alinhados com a nossa principal ideia: a longo prazo, institucionalizaro Festival e trabalhar em um novo formato mais participativo, democrático, que com o tempo possa interagir com outras políticas públicas,tais como educação, cultura, assistência social e lazer. Esperamos rever o modelo do Festival,buscando aproximá-lo da realidade dos músicos o dos festivais mais modernos. Pretendemos também transformar o Festival em um evento mais plural, que agregue outros campos das artes, e que não tenha como central somente o aspecto competitivo. Assim sendo, o futuro do Festival poderá promover espaços formativos, como oficinas, workshops, aulas, etc, tendo em vista envolver maiores parcelas da sociedade.

OBS - Quebrando o protocolo, dessa vez a entrevista não foi respondida por um entrevistado apenas, mas pela turma que se reuniu para responder conjuntamente. A organização não tem uma estrutura piramidal, onde alguém atua como diretor ou responde por todos. A turma prefere uma estrutura de rede, onde todos tem autoridade e relevância.  E eu que não sou bobo, atento pra aprender com eles...

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

ROGÉRIO ROCK MARTINS

O MEDIOPIRA dessa semana conversou com Rogério Martins, mais conhecido como Rogério Garanhão.Conheço o Rogério há muitos anos, apresentado por outro grande rockeiro, o Márcio Vasconcelos "Zueira".Quando conheci o Rogério, ele locava sons para eventos. Só depois conheci o Rogério band lider. E não tenho dúvidas de que é um dos maiores rockeiros da região, original, irreverente e portador de verdades. Em seu baú, tem músicas muito boas guardadas, que espero que ele grave em breve e coloque na roda. Mas vamos à entrevista..

MEDIOPIRA - Que músicas vc ouvia em sua infancia?

Rogério - Beatles, Monkeys,Creedence, Black Sabbath, Nazareth e Deep Purple, além das modinhas e guaranias tocadas em família.
MEDIOPIRA - Que artistas o influenciaram?
Rogério - Jimmy Page, Jimi Hendrix, Ritchie Blackmore, Lenon, Raul, Ednardo, Alceu, dentre outros. Angus Young (esse não posso esquecer)

MEDIOPIRA - O que te levou a trabalhar com música?

Rogério - O fascínio que tenho pelo palco. A sensação que sinto quando o contra baixo faz tremer as tábuas do palanque e a expressão de surpresa no rosto do público. E principalmente por poder participar de momentos felizes da vida das pessoas.
MEDIOPIRA - Você é músico de partitura ou de ouvido?

Rogério - Tive poucas oportunidades de aprender e praticar a teoria musical, embora eu tenha cursado a EFAP da Ordem dos músicos na Curitiba 737 em 79/80. Sou considerado um "músico de ouvido".
MEDIOPIRA - Conte um pouco da sua história musical.

Rogério - Meus primeiros acordes foram com o Sr Carlos Caldeira. Em 1977 formamos a banda "Curto Circuito" apresentando-se em Monlevade, Itabira e Santa Bárbara. No ano seguinte, fui estudar em BH, retornando formamos a Cogumelo que se desfez. Toquei com Dudu Nunes, Toni Brás, Rominho, dentre outros. Aprendi harmonia tocando com o o Prof. José Júlio e o saudoso Zelly José na Banda "Brilhantina". Meu "instrumento de origem" é o contra baixo mas toco guitarra na Banda di Rock. Tenho aprimorado a técnica com o amigo Jeferson , que sempre me dá dicas. Nossa atual formação(Rogerio guitarra, Edmar baixo, Eduardo ou Anderson na Bateria) tem 8 anos, embora eu e Eduardo toquemos juntos desde os anos 80.
MEDIOPIRA - Lembro que fizemos o SUPER ROCK em Alvinópolis e vc sonorizou com muita competência. Ainda continua prestando serviços de sonoplastia?

Rogério - Continuo trabalhando (também) como operador de áudio e locação de equipamento. Foi a forma que encontrei de não ficar longe dos palcos e comprar e manter meus equipamentos. 
MEDIOPIRA - Eu gosto do seu trabalho como compositor. Aquela letra do Festiaço foi muito boa. Vc tem mais coisas no baú?Tem planos de gravar suas músicas? E videoclips? Não pensa em fazer?  Eu vi algumas apresentações suas pela internet. Vi também vcs tocando no Pé de Porco em Monlevade. Vocês tocam músicas inesperadas. Por exemplo: poucas bandas de rock tocam Zé Ramalho. Quais músicas mais vocês tocam?
9) E vcs tem músicas suas no repertório?
Rogério - Confesso que já não somos tão pretensiosos quanto a ficarmos famosos ou coisa do tipo. Temos compromisso com a música que gostamos de tocar e o público que se identifica com ela. O que vier para gente é lucro! Quanto a letras e novos trabalhos, sempre temos alguns protótipos inacabados, esperando um momento para "eclodir". Rockeiro não "sofre" nem "chora" mas questiona e revoluciona ideias e comportamentos! Nosso repertório é baseado no pop rock dos anos 80/90 além de composições próprias como a "Tradicional balada do rock and roll", "Um dia de cada vez" e "Preciso de Alguém".
MEDIOPIRA - Eu ia perguntar se vcs tem planos de gravar CD. Quase me esquecia que o CD morreu.Rs. Mas tem a internet. Como está a banda di rock na internet?


Rogério - A página da Banda Di Rock no Face é uma grande ferramenta de divulgação do nosso trabalho As gravações, embora amadoras, mostram realmente como são as apresentações. Temos projeto de gravar um clipe, mas não temos a data.De qualquer modo é o registro das apresentações.

MEDIOPIRA - Você acha que a internet foi boa ou ruim para os artistas?

Rogério - Penso que a internet "linearizou" oportunidades além de desobrigar o artista de ter que ir morar os grandes centros urbanos. Sem contar o acesso a informação e aos instrumentos "top de linha".
MEDIOPIRA - Você se considera mais analógico ou digital?

Rogério - Tenho equipamentos digitais e analógicos. Gravações, prefiro digitais e em alta resolução. Já a mesa de som bem como os pedais MXR da guitarra, são analógicos. Preferimos tocar com amplificadores Marshall (guitarra Fender) e Gallien Kugger(baixo Fender), Bateria Pearl microfones Shure e mesa Makie, pela qualidade incomparável que proporcionam. Não aderimos ao "ponto de ouvido" para retorno!
MEDIOPIRA - Quem quiser contratar a Banda di Rock tem de falar com quem? Deixe seus contatos, links, etc...

Rogério - Podemos ser contactados pelo Face (Banda Di Rock), com o Eduardo da Gráfica Modelo (996854771) ou Rogério pelo 988553102/38513102.